Apesar de o Brasil ser o segundo país do mundo que mais faz transplantes de órgãos, quase 60 mil pessoas ainda aguardam na fila. Agora, um projeto receberá um aporte de cerca de R$ 10 milhões de dinheiro público para acelerar a fila por meio de porcos.
“Entre todos os animais pesquisados, o que se mostrou mais adequado foram os suínos. O suíno, diferentemente do que muitos acreditam, tem várias características semelhantes as nossas”, explicou Silvano Mario Attilio Raia, coordenador do projeto.
Por outro lado, para o corpo humano não rejeitar o órgão, uma modificação genética precisa ser feita:
- células são retiradas de um porco selvagem e têm o DNA alterado;
- a partir de uma dessas células, um embrião, geneticamente modificado, é criado; e
- com ele, em uma barriga de aluguel suína, é possível criar um clone de porco que nascerá com os órgãos adaptados ao corpo humano.
Laboratório na USP
O laboratório que abriga fica dentro da Universidade de São Paulo (USP). Nele, as células são modificadas para, futuramente, os clones serem criados.
“A gente pode aproveitar o rim, coração, pele e córnea desses animais. Com isso, a gente já atende boa parte da demanda do SUS na fila de espera para transplantes de órgãos do nosso país”, pontuou Ernesto Goulart, pesquisador do Genoma USP.
Clones em menos de 1 ano
Para virar realidade em larga escala, ainda é preciso de tempo, mas os primeiros clones já estão próximos. “Nós deveremos estar com animais daqui a seis, oito meses. Isso será, realmente, mágico”, analisou o coordenador do projeto.
Até agora, dois transplantes bem-sucedidos com o uso de órgãos de porcos já foram feitos nos Estados Unidos. Inclusive, um deles foi de coração.