MP investiga ações de dispersão na Cracolândia

Administração municipal tem sete dias para responder questionamentos

Da Redação, com Boa Tarde, São Paulo

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) confirmou nesta segunda-feira (16) que abriu inquérito para investigar as recentes ações de dispersão promovidas pela Prefeitura da capital paulista e pelo governo do Estado na região central da cidade, em pontos conhecidos como Cracolândia

Um ofício foi encaminhado e a prefeitura tem sete dias para responder aos questionamentos do MP-SP sobre as ações. 

O inquérito do MP-SP apura a regularidade das intervenções feitas pelo Município na região e também as "ações que sucederam às intervenções policiais e que dizem respeito ao complexo problema derivado do consumo de crack e outras drogas em cenas de uso coletivo havidas na região central da cidade”. 

Depois de operações na Praça Princesa Isabel, na semana passada, houve dispersão de usuários por vários pontos da região central, como a Rua Helvétia e a Praça Marechal Deodoro. 

De acordo com a Prefeitura, a dispersão facilita o oferecimento de serviços de apoio e tratamento para os dependentes químicos.  
 

Policiais atiraram contra usuários

Na última quinta-feira (12), um homem foi baleado e morto durante uma confusão na Avenida Rio Branco, na região central da cidade. 

O chamado “fluxo” de usuários de drogas tomou as duas pistas da avenida e foi em direção a três homens de preto. Um deles está com uma arma longa e atira.

Investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de São Paulo identificaram no sábado (14) que foi um policial que fez o disparo de arma de fogo. 

Raimundo Nonato Fonseca Junior, de 32 anos, foi baleado e morreu durante a operação.

O policial é integrante do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) e se apresentou na sexta-feira (13), espontaneamente, junto com os outros dois colegas da equipe.

Dois dos três policiais da equipe efetuaram disparos durante a ação: um com arma de fogo e outro de elastômero (bala de borracha), um armamento menos letal.

Também está sendo apurado por que os policiais estavam sem o uniforme e os equipamentos de proteção do Garra.

Operação

Na semana passada, a Polícia Civil, a Polícia Militar, a Guarda Civil Metropolitana e a Prefeitura de São Paulo deflagraram, na madrugada de quarta (11), uma megaoperação contra o tráfico de drogas na Praça Princesa Isabel, onde funcionava a “nova cracolândia”. 

O objetivo da ação, integrante da Operação Caronte, era cumprir 36 mandados de prisão e 10 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. 

No total, 20 pessoas foram presas (17 homens e três mulheres) e encaminhadas ao 77º Distrito Policial, na Santa Cecília. Entre os detidos está Lucas Macedo, traficante conhecido como “Filé com Fritas”. 

Depois da operação, alguns usuários que estavam no local tentaram voltar para a praça Júlio Prestes, onde funcionava a “antiga cracolândia”, mas foram impedidos pelos agentes. Parte deles decidiu ocupar a praça Marechal Deodoro e outra parte se espalhou por ruas e avenidas de bairros centrais como Campos Elísios, Santa Cecília, Sé e República.


 

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