Faltam abrigos para o frio em São Paulo: “A gente está morrendo aos poucos”

Prefeitura promete fazer busca ativa às pessoas em situação de rua

Da Redação, com Boa Tarde, São Paulo

A madrugada desta quarta-feira (18) foi a mais fria do ano em São Paulo e na maior parte do País. A prefeitura da capital paulista promete fazer uma busca ativa às pessoas em situação de rua, durante a madrugada, que queiram ir para abrigos. Mas isso só vai começar na semana que vem. 

Adelinaldo Almeida, que vive na rua há pouco mais de seis meses, afirma que quer ir a um abrigo, mas não encontra alternativa.  

“Com certeza, porque na rua está muito frio. Se tivesse abrigo estava muito melhor. Mas infelizmente a van que passou aqui levou só 10 pessoas. A gente está morrendo aos poucos”, diz. 

Ele perdeu emprego no ano passado e não conseguiu mais ter uma moradia. “Você tem medo de morrer? Eu tenho. Isso não é vida. Isso é gelo”, diz Adelinaldo.   

Para sobreviver, desde cedo, ele vende panos no farol na esperança de se reerguer. Adelinaldo já procurou empregos fixos, mas esbarra na burocracia.

“Eu não tenho comprovante de residência para voltar a trabalhar novamente. Fica difícil voltar à sociedade”, destaca  

Nesta primeira noite de mudança de tempo, a Prefeitura garante que mobilizou grupos compostos por integrantes da Saúde, Assistência Social, Direitos Humanos e Fundo Social de Solidariedade em rondas pela cidade para encontrar moradores de rua para distribuírem cobertores e agasalhos, além da oferta de acolhimento.

Além da doação de cobertores, a doação de gorros e meias está entre os pedidos da prefeitura. O site da campanha Inverno Solidário, do Governo do Estado, permite que os doadores encontrem os endereços mais próximos para fazer a entrega das doações. 

Vagas

A Prefeitura anunciou que irá montar dez tendas em todas as regiões da cidade, com 2 mil vagas para abrigar as pessoas que estão em condição de rua durante as noites mais frias. 

Também promete transporte ida e volta para Centros de Acolhida, além de aumentar número de agentes sociais e equipes de saúde e distribuir sopas, bebidas quentes e cobertores sempre que temperatura atingir 13 ºC ou um índice menor. 

A rede de acolhimento regular, segundo a prefeitura, conta com 15.116 vagas para pernoite e 2.138 em hotéis. 

O número de pessoas vivendo nas ruas da capital paulista passou de 24.344 para 31.884 ao final de 2021, o que representa um aumento de 7.540 pessoas ou 31%, de acordo com o Censo da População em Situação de Rua, feito pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) da prefeitura. 

As dez tendas serão instaladas nos seguintes endereços:

 ZONA LESTE

 Guaianases - Praça Presidente Getúlio Vargas

 Itaquera - Praça Itaquera (Av. José Pinheiro Borges, 1670)

ZONA NORTE

Santana - Praça Heróis da FEB

Vila Maria - Praça Novo Mundo, Parque Novo Mundo

ZONA SUL

Santo Amaro - Praça Floriano Peixoto

Capela do Socorro - Praça Escolar

ZONA OESTE

Lapa - Praça Miguel Dell'Erba

CENTRO

Sé - Praça da Sé (Marco Zero de São Paulo)/Praça Marechal Deodoro

Mooca - Praça Padre Bento

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