As ações da Prefeitura de São Paulo voltadas à população que vive nas ruas da cidade durante os períodos mais frios devem ser antecipadas. A medida foi tomada após a chegada de uma frente fria provocada por uma massa de ar de origem polar que avança pelo Brasil e deve fazer as temperaturas despencarem.
O número de vagas de núcleos de convivência, que são tendas montadas na rua, para pernoite foi ampliado. Dos 13 existentes, que normalmente funcionam das 7h às 19h, dez serão usados para que as pessoas possam dormir durante a noite.
Abertos 24 horas, esses estabelecimentos devem abrigar 400 pessoas até o fim desta semana. Segundo a prefeitura, para as próximas semanas, a expectativa é que o número chegue a 2 mil.
Por enquanto, a utilização de estação de metrô para abrigar pessoas em situação de rua, como ocorreu no ano passado, está descartada.
?O frio fora de época acontece em decorrência de uma massa polar que vem do Sul do Brasil e fará a temperatura cair para 6°C na quarta-feira (18), na capital paulista e na Grande São Paulo, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo.
Além da doação de cobertores, a Prefeitura de São Paulo pede para que a população também entregue gorros e meias que serão distribuídos às pessoas sem moradia.
O site da campanha Inverno Solidário, do Governo do Estado, permite que os doadores encontrem os endereços mais próximos para fazer a entrega das doações.
População de rua está 31% maior em São Paulo
Com registro de mais de 30 mil pessoas nas ruas, a cidade de São Paulo tem o desafio de garantir a sobrevivências dessa população diante da chegada do frio, com a proximidade do inverno (21 de junho).
O número de pessoas vivendo nas ruas da capital paulista passou de 24.344 para 31.884 ao final de 2021, o que representa um aumento de 7.540 pessoas ou 31%, de acordo com o Censo da População em Situação de Rua, feito pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) da prefeitura.
O levantamento começou a ser feito depois do início da crise sanitária mundial deflagrada pela pandemia de Covid-19 e suas consequências socioeconômicas.
O recenseamento, que havia sido feito em 2019, só teria de ser repetido, conforme prevê a legislação municipal, em 2023, mas foi antecipado para atender às necessidades de oferecer respostas rápidas para apoiar essa população.
Segundo a prefeitura, dos 31.884 identificados no censo, 19.209 foram recenseados quando estavam nas ruas, e outros 12.675 enquanto estavam abrigados nos Centros de Acolhida da rede socioasssistencial do município.