Para atender o público evangélico, empreendedoras cariocas criaram uma loja de sex shop bem diferente.

Produtos que prometem milagres na “hora h”. Gel lubrificante, acessório para pênis, vibrador. Cardápio extenso e embalagens discretas para um público que reza para Deus para não ter que frequentar uma sex shop.

Os produtos da primeira sex shop evangélica do Brasil são vendidos só pelas redes sociais.

“Eu tinha vergonha de entrar em uma sex shop, até que teve um dia que eu entrei, me interessei por algum produto. Só que, quanto eu estava na loja, entrou uma pessoa. Dali mesmo eu saí. Aí eu parei e falei: ‘Não, igual a mim, tem várias outras pessoas’”, relembrou a empresária Andrea Alves dos Anjos, que teve a ideia para seu empreendimento.

E esse cuidado com as aparências não termina nem na hora das entregas. Os produtos geralmente são enviados dentro de caixas de remédios, para não chamar atenção. Para este público, a discrição é a alma do negócio.

“Tem mulheres que me pedem assim: ‘Andrea, faz o seguinte. Estou aqui no sacolão, que eu não quero ir na sua casa, mas também não quero que você entregue na minha. Eu já deixei ali um vãozinho entre a laranja e o limão. Você bota ali pra mim’”, diverte-se a empresária.

Os itens custam entre R$ 10 e R$ 700 reais. E os pedidos não param de chegar. O faturamento aumentou 60% no último ano. E o céu é o limite para quem ajuda a descontruir a ideia de que prazer sexual é sinônimo de pecado.

“Existe uma linha muito tênue entre a religiosidade e a ignorância”, afirma Andréa.

“Ainda existe muito tabu com relação ao mercado erótico, bem como existe tabu com relação a tudo que diz respeito a nossa sexualidade. A gente sabe que diversos casais vão para uma relação sexual depois do casamento não sabem nem por onde começar. As dúvidas não são apenas das mulheres, são dos homens também. A meu ver de especialista, a sex shop evangélica é o início de a gente desconstruir alguns mitos e tabus relacionados ao sexo”, analisou a terapeuta sexual Marianna Kisses.