Uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (8), o projeto que libera o cultivo industrial de maconha para fins medicinais. O texto agora segue para o plenário da casa.
A proposta não autoriza o uso recreativo da maconha. Apesar de ter sido aprovado na comissão, o texto foi devolvido pro plenário da Câmara. Se aprovada, a proposta segue para o Senado e depois para a sanção presidencial.
O sorriso de Valentina é novidade para a família. Com Síndrome de Down e autismo severo, a menina de sete anos só passou a interagir depois do uso deste óleo à base de canabidiol.
“Ela não tinha contato visual, não interagia com ninguém, era bem difícil”, disse Cristiane Palácios, mãe da garota.
O remédio custa mais de R$ 800 por mês. Sem produção nacional, quem precisa desses óleos nem sempre consegue pagar.
Na casa da Gabrielle, a ajuda vem da Abrace Esperança, associação que apoia o uso da cannabis para tratamento de doenças raras e degenerativas. Antes da medicação, a menina sofria convulsões frequentemente e se alimentava por sonda.
“Foi a única, o que se pode se chamar de remédio, para minha filha que melhorou a qualidade de vida dela e a nossa”, relata a mãe, Lívia Borges.
O uso de remédios feitos a partir da maconha divide opiniões no Brasil. Nesta terça, a comissão especial da Câmara aprovou a tramitação de um projeto de lei de 2015 que busca legalizar o plantio de cannabis sativa para produção industrial ou medicinal.
“Quem pode produzir são empresas, associações de pacientes, centros de pesquisa e farmácias vivas do SUS”, explica a médica Carolina Nocetti.