Falta de vacinas pode ter agravado a instabilidade no Haiti, avalia general Augusto Heleno

Primeiro comandante da Minustah falou sobre o assassinato do presidente Jovenel Moise e lembrou que, até agora, o país não começou a vacinação contra a Covid-19

Da Rádio Bandeirantes

O assassinato do presidente Jovenel Moise é mais um capítulo da “absoluta instabilidade” do Haiti. A avaliação é do general Augusto Heleno, que foi o primeiro comandante da Minustah, a Missão da ONU para a estabilização no Haiti, em 2004, e hoje chefia o Gabinete de Segurança Institucional no governo de Jair Bolsonaro.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Augusto Heleno ressaltou que a maneira como o país vem enfrentando a pandemia pode ter agravado a instabilidade. Até agora, os haitianos não começaram a ser vacinados contra a covid-19 e os protestos se intensificaram.

“As manifestações por pedido de vacinas têm sido numerosas. O país é um dos poucos do mundo que não vacinou. E a imprensa haitiana é muito ativa, principalmente o rádio e os jornais, que são feitos em Miami por haitianos que estão nos EUA”, explicou Heleno. 

De acordo com o general Augusto Heleno, com 8 em cada 10 haitianos sem trabalho, o clima de convulsão social é permanente.

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Outro grave problema é a violência das 95 gangues armadas que, segundo a ONU, se enfrentam pelo controle de áreas de Porto Príncipe. 

Moise foi morto por homens armados que invadiram nesta quarta-feira (07) de madrugada a residência oficial na capital, Porto Príncipe. 

Ele tomou posse em 2017 e enfrentava forte oposição há alguns meses, acusado de corrupção e de forçar uma mudança na Constituição para se manter no poder.

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