Aluna da USP que desviou dinheiro de formatura se torna ré por estelionato

Justiça aceitou denúncia do Ministério Público de São Paulo contra Alicia Dudy Muller Veiga, acusada de desviar R$ 937 mil da comissão de formatura

Da redação

Alicia Müller é acusada de desviar dinheiro de fundo de formatura
Reprodução

A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo contra a estudante de medicina da Universidade de São Paulo (USP) Alícia Dudy Muller Veiga. Com isso, a aluna da USP se torna ré no processo de estelionato. Ela teria desviado R$ 937 mil dos fundos para a festa de conclusão do curso. O processo tramita em segredo de justiça.

Em documento escrito pelo promotor Fabiano Severiano, Alícia teria praticado estelionato pelo menos oito vezes e tentou ainda obter R$ 21 mil do mesmo fundo, mas sem sucesso, já que a fraude havia sido descoberta e comunicada à empresa Ás Formaturas. A empresa era responsável apenas pela arrecadação do valor. 

A representação criminal denuncia Alícia por estelionato e por crime consumado no Código Penal. O promotor requere que ela seja autuada em uma ação penal e, caso condenada, terá também de reparar os danos causados pela infração. O crime de estelionato comum tem pena de um a cinco anos de prisão. 

Relembre o caso

Estudantes de medicina da Universidade de São Paulo (USP) denunciaram a jovem, de 25 anos, está sendo investigada por apropriação indébita. “Ela conta que fez retiradas do dinheiro que a gente havia recebido e transferido para uma conta pessoal dela, ela conta que o intuito era investir melhor o dinheiro. Segundo ela, trata-se de uma empresa fraudulenta e que, por conta disso, ela perdeu todo esse dinheiro”, informou à Band Daniel Winter, integrante da comissão de formatura. 

Com a repercussão do caso, a Polícia Civil investigou e chegou a pedir a prisão preventiva de Alícia por nove apropriações indébitas, já que fez nove saques das contas da formatura, começando em novembro de 2021. O inquérito foi encerrado e ela foi responsabilizada pelo desvio do dinheiro, usado para benefício próprio. Mas o Ministério Público negou a prisão e afirmou que o inquérito policial revela a prática de estelionato, não apropriação indébita. 

Segundo investigadores, a estudante utilizou o dinheiro para jogar na loteria e viver uma vida de luxo. A Polícia Civil também apura se a formanda realizou consultas com videntes e uma mãe de santo com o dinheiro da formatura. 

Em fevereiro, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão no apartamento da estudante e apreenderam aparelhos eletrônicos, um carro alugado e um caderno com anotações relativas ao crime. 

A ÁS Formaturas se comprometeu a pagar a festa de formatura para os alunos de medicina da USP que foram lesados pela presidente da comissão que organizava o evento. A promessa foi feita em reunião com o Procon-SP.

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