No Jogo Aberto desta sexta-feira (17), Denílson cobrou respeito de treinadores e jogadores do Brasil com os árbitros. A cobrança veio um dia depois de o técnico do Atlético-GO, Jorginho, fazer críticas ao treinador do Palmeiras, Abel Ferreira, após a vitória do time paulista em casa por 4 a 2 pelo Campeonato Brasileiro.
Em entrevista coletiva, Jorginho cobrou respeito do adversário pela arbitragem e disse que o comportamento do português “me revolta como treinador, como brasileiro, porque vem no nosso país e está desrespeitando nosso país, os nossos árbitros”.
“Eu sou um cara muito respeitador, principalmente com árbitro. Mas eles estão faltando com respeito com o árbitro. Chamou o árbitro de cego, xingou o árbitro de tudo quanto é nome, bateu palma (ironicamente) para o árbitro, e não aconteceu absolutamente nada. Eu relatei isso para o árbitro”, afirmou o ex-lateral após o jogo no Allianz Parque.
“Não é justo isso, porque o meu auxiliar técnico tomou um cartão, o auxiliar técnico (do Palmeiras) tomou um cartão, e quem deveria ser expulso era o Abel. Eu respeito como treinador, ele tem feito um grande trabalho, está de parabéns por ser bicampeão da Libertadores, tem feito um trabalho maravilhoso, mas o respeito tem que existir comigo, com a minha equipe, com o árbitro”, acrescentou.
Em sua entrevista, Abel Ferreira não se abalou com as declarações do rival rubro-negro. “O jogo é muito mais do que atacar, e acho que o Atlético-GO ataca muito bem. Só que deixa tudo aberto”, sorriu.
Ao analisar a troca de recados entre os técnicos, Denílson pediu para que os jogadores no Brasil tenham mais respeito por profissionais de arbitragem. O ex-jogador não fez críticas a Abel Ferreira ou a Jorginho, mas lembrou que árbitros e auxiliares também estão sujeitos a erros.
“Eu entendo a declaração do Jorginho, entendo a revolta do Jorginho. A gente conhece o Jorginho, sabe do ser humano que ele é, da qualidade humana que ele tem no dia a dia. O Abel, a gente não conhece no dia a dia, mas eu tenho muito amigos dentro do Palmeiras que falam extremamente bem do comportamento do Abel no dia a dia. Então, não é uma exclusividade do Abel e nem do Jorginho, porque todos os treinadores – inclusive os jogadores – têm desrespeitado os árbitros dentro de campo”, afirmou.
“Óbvio que o Jorginho está ali do lado e provavelmente, para ele vir a público para falar da forma como ele falou, ele ouviu algo que se sentiu desrespeitado. Não só a comissão técnica do Atlético-GO, mas também a arbitragem. Mas isso está acontecendo com todos os treinadores, e principalmente com os atletas dentro de campo em relação a esse respeito à arbitragem”, acrescentou, indo além.
“A gente está falando de um ser humano que está ali, que está sujeito a acertar muito e errar muito também. Tem que ter uma questão coletiva em relação a esse comportamento com a arbitragem. A gente fala muito de erro de arbitragem, a gente critica muito a arbitragem, mas jogadores e comissão técnica que ficam ali na beira do campo também muitas vezes perdem o controle e jogam mais responsabilidade e pressão para a arbitragem durante o jogo”, concluiu.