Os muros do Parque São Jorge, sede social do Corinthians, amanheceram com pichações nesta sexta-feira (21). As pichações foram feitas por torcedores do clube em protesto contra o anuncio da contratação do técnico Cuca, que será apresentado no clube nesta sexta-feira (21), às 17h30.
Em fotos publicadas nas redes sociais pelo perfil Central do Timão, no Twitter, é possível ver frases como “Fora, Cuca”, “diretoria incompetente” e “queremos títulos, não estuprador”, que foram escritas nos muros por torcedores durante a madrugada.
Antes mesmo do anuncio de Cuca como novo treinador do Corinthians, substituindo Fernando Lázaro, demitido na quinta (20), torcedores já se manifestavam nas redes sociais de forma contrária à contratação.
As manifestações contrárias à contratação de Cuca são pela condenação do treinador por por atentado ao pudor com uso de violência contra uma menina de 13 anos, em Berna, na Suíça, em 1987. Apesar de condenado, o treinador nega que tenha cometido o crime.
Cuca foi condenado por estupro? Entenda o caso
A polêmica com Cuca teve início em 1987, quando ainda era jogador e o Grêmio participou de uma excursão pela Europa.
Cuca, Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi foram detidos na Suíça sob a alegação de terem tido relações sexuais com uma garota de 13 anos sem consentimento.
Em depoimento, a vítima, Sandra Pfäffli, afirmou ter ido com amigos ao quarto dos atletas para pedir uma camisa do Grêmio. Na sequência, eles teriam expulsado os colegas dela e a forçado a manter relações sexuais durante 30 minutos.
De acordo com apuração do blog da Marília Ruiz, do “UOL”, consta nos registros policiais e nos autos do processo que a vítima jamais identificou ou apontou Cuca como um dos seus agressores.
À época, os quatro jogadores ficaram detidos por quase um mês e prestaram depoimento mais de uma vez. Em seguida, retornaram ao Brasil.
Dois anos depois, Cuca, Eduardo Hamester, Henrique Etges foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência.
Fernando Castoldi foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por estar envolvido no ato de violência. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles nunca cumpriram a pena.
Cuca nega o estupro:
Não fui julgado e culpado. Fui julgado à revelia, não estava mais no Grêmio quando houve esse julgamento com os outros rapazes. É uma coisa que eu tenho uma lembrança muito vaga, até porque não houve nada. Não houve estupro como falam, como dizem as coisas. Houve uma condenação por ter uma menor adentrado o quarto. Simplesmente isso. Não houve abuso sexual, [não houve] tentativa de abuso ou coisa assim - disse Cuca em entrevista ao blog da Marília Ruiz no UOL.
Vale reiterar que consta nos registros policiais e nos autos do processo que a vítima jamais identificou ou apontou Cuca como um dos seus agressores.