Ayrton Senna e Galvão Bueno destruíram carros em pegadinha no México; relembre

Reginaldo Leme relembra brincadeiras do tricampeão entre amigos fora das pistas

Da redação

Ayrton Senna era conhecido pelo talento e pela dedicação nas pistas, mas também pela irreverência fora delas. E não foram poucas as vezes que o tricampeão de Fórmula 1 apronto para cima dos amigos.

Quem lembra bem é Reginaldo Leme, comentarista do Grupo Bandeirantes de Comunicação, conforme contou ao programa Cola no Grid que vai ao ar em edição especial no dia 1º de maio. Em uma das ocasiões, Senna provocou estragos no trânsito só para provocar.

Aconteceu após o Grande Prêmio do México de 1989, quando o brasileiro venceu pela McLaren. À noite, Ayrton Senna se encontrou no jantar com diversos jornalistas; mais tarde, no trânsito, levou à loucura o narrador Galvão Bueno.

“O Galvão era louco para fazer esse tipo de brincadeira e começou a tocar no para-choque do carro do Ayrton. E eu botando fogo: ‘Vai lá, bate de novo’. Bateu nos quatro lados do carro do Ayrton. Em determinado momento, ele ficou para trás, nós passamos na frente e ele começou a bater na gente”, lembrou Reginaldo.

A caminho do hotel, Galvão e Reginaldo tentou traçar um plano de fuga, sem sucesso. Aí, precisaram tomar medidas drásticas para evitar que Senna exagerasse na dose da brincadeira.

“Eu conhecia muito bem esse lado (da cidade), do hotel onde nós estávamos, do lado do aeroporto na Cidade do México, e eu sabia que tinha um lugar onde você entrava em um caracol para mudar de nível, de pista. Eu falei: ‘Galvão, daqui a pouco, eu te aviso e você entra, para não deixar ele ver que você entrou’. Eu avisei, ‘entra aí’, ele entrou. O Ayrton entrou atrás. Conseguiu entrar atrás, batendo no muro e tudo, já ficou um para-choque dele, o carro dele sem para-choque”, descreve Reginaldo.

“Nós chegamos na frente (do hotel). Já era de madrugada e o portão de ferro estava fechado com uma corrente. Eu falei para o Galvão: ‘Cara, não dá para respeitar esse portão, essa corrente. Ou a gente entra, ou o cara vai massacrar a gente’. Do jeito que o Galvão veio, pá, entrou, abriu aquele portão todo. Nosso carro foi parar quase dentro de uma fonte luminosa do hotel, já desligada. O Ayrton veio atrás e parou junto lá, encostado do carro. Nós ríamos. Absoluta irresponsabilidade. Mas foi um momento. O Ayrton tinha ganhado a corrida, foi um momento em que não se desculpa”, completou.

Confusão aconteceu após GP do México de 1989 (foto) (Imagem: @F1/Twitter)

É claro que, no dia seguinte, o grupo precisou se explicar na hora de devolver os carros – que eram alugados.

“Na segunda-feira, cada um foi devolver seu carro. Mostrávamos o carro lá para o funcionário da locadora, e o cara (dizia): ‘Não, como é possível bater todos os lados, como isso aconteceu?’. ‘Ah, você sabe como é, esses mexicanos são doidos.’ Claro que cada um teve que pagar, além da franquia, um bom dinheiro. Principalmente o Ayrton. O Ayrton pagou muito, porque o carro dele estava destruído”, descreve.

Ao longo da conversa, Reginaldo lembrou de outras pegadinhas protagonizadas por Ayrton Senna. Com o caso da pasta do brasileiro que Gerhard Berger jogou de um helicóptero, ou do susto que o tricampeão deu no dono de uma vinícola em Portugal. “Eles eram sem limites”, conta o comentarista.

Edição especial do Cola no Grid lembra os 30 anos sem Ayrton Senna

Em homenagem aos 30 anos da morte de Ayrton Senna, o Cola no Grid terá uma edição especial no dia 1º de maio: o comentarista Reginaldo Leme traz histórias especiais dos quase 15 anos de amizade com o tricampeão de Fórmula 1 – inclusive com bastidores que você talvez não conheça.

Do início de carreira na Europa ao acidente fatal no GP de San Marino de 1994, passando pelo desentendimento entre os dois no início da década de 1990, Reginaldo dá detalhes da trajetória de um dos mais importantes nomes da história do esporte mundial.

A edição especial do programa Cola no Grid vai ao ar em 1º de maio, no Band.com.br e no Bandplay.

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