A Red Bull lançará em 2024 o RB17, o primeiro hipercarro projetado, desenvolvido e fabricado exclusivamente pelo conglomerado austríaco. O prazo antecipa a previsão inicial, uma vez que o lançamento era previsto para 2025.
A informação foi revelada por Christian Horner, diretor executivo da RBAT (divisão de tecnologias avançadas da Red Bull), em entrevista ao canal de TV britânico Sky Sports.
Ainda que o lançamento do Red Bull RB17 vá acontecer em 2024, as primeiras unidades só serão entregues aos respectivos compradores a partir de 2025. Apenas 50 unidades devem ser fabricadas, a um limite de 15 unidades por ano. Cada uma será vendida por 5,5 milhões de euros (quase R$ 29,5 milhões em valores atuais).
O nome escolhido para o carro preenche uma lacuna dos modelos da Fórmula 1, entre o RB16 (de 2020), o RB16B (de 2021) e o RB18 (de 2022). O RB17 da Fórmula 1 seria originalmente utilizado em 2021, quando a categoria adotaria o atual regulamento; no entanto, o impacto da pandemia no calendário de 2020 adiou a mudança das regras para 2022, fazendo com que as equipes utilizassem novas versões dos carros de 2020 na temporada 2021.
O hipercarro foi criado por Adrian Newey, diretor do departamento técnico da equipe Red Bull na Fórmula 1 e do departamento de tecnologias avançadas da Red Bull. A tendência é que o modelo da Red Bull concorra com modelos como o Aston Martin Valkyrie, o AMG One e o GMA T.50.
De acordo com a Red Bull, a fabricação de diversas peças será terceirizada. Os motores V8 de até 1.250 cv serão de responsabilidade de uma fabricante que ainda não foi divulgada. O carro terá lugares para dois ocupantes.
O modelo, ainda segundo Horner, era planejado pelo menos desde 2014. No entanto, ganhou força a partir de 2016, quando a equipe da marca na Fórmula 1 se tornou parceira técnica da Aston Martin – não apenas na F1, mas no desenvolvimento do modelo Valkyrie para a marca britânica.
“Adrian queria fazer um carro em 2014 e, naquele momento, encontramos um caminho para isso, fazendo todo o trabalho de design do Valkyrie em parceria com a Aston Martin”, explicou Horner ao site britânico Autocar.
Horner indicou que o desenvolvimento do RB17 é uma alternativa à aplicação de fundos da marca frente ao teto de gastos da F1. A categoria já se mostrou atenta a projetos paralelos das equipes, que seriam uma alternativa para driblar os limites de investimentos em pesquisas.
“(O RBAT) já existe há quase oito anos e há uma enorme quantidade de conhecimento que foi construído nesse período. Com a era do limite orçamentário (na Fórmula 1), se você quiser reter recursos, tem que haver projetos que justifiquem sua existência. Este é um projeto perfeito que utiliza o conjunto de habilidades que temos, por isso complementará nossas atividades na Fórmula 1, em vez de desviar a atenção delas”, disse ainda o dirigente, que descreveu o modelo como um “Adrian Newey livre de amarras”.