Construir um carro de Fórmula 1 é uma tarefa árdua a cada ano. E o desafio para 2022, quando a categoria adota um novo regulamento técnico, tem sido ainda maior.
É o que garante Piers Thynne, diretor de operações da McLaren. Em entrevista ao site da equipe, Thynne afirmou que o MCL36 tem sido “fundamentalmente diferente” dos outros carros do time desde a origem.
“Na maioria dos anos, temos usado – ou pelo menos modificado – peças do carro anterior, mas este não é o caso com o MCL36. É tudo novo, e obviamente isso coloca pressão sobre nossos recursos e em nossa cadeia de suprimentos. Temos sentido um pouco de azia em alguns de nossos principais projetos”, brincou.
Em compensação, a equipe conta com um cenário mais favorável da pandemia da Covid-19 para construir seu modelo para a temporada 2022 da Fórmula 1. Segundo Piers Thynne, o carro de 2021 foi construído em um regime de trabalho muito mais desgastante.
“Para o MCL35M, em muitos casos, nós tivemos um sistema de turnos divididos, no qual não permitíamos que os turnos da manhã e da noite se vissem. Isso foi desafiador, porque há partes de carros de corridas que são feitas mais rapidamente quando você pode colaborar. O mais importante para uma equipe é a possibilidade de cooperação, e durante o último ano, com o desenvolvimento de vacinas, pudemos mudar nossa filosofia”, explicou.
“Do meio do ano, quando começamos a trabalhar no MCL36, pudemos permitir que nossos turnos se encontrassem novamente. Um fluxo de produção de 24 horas é imperativo para o que fazemos: é importante ter um turno da manhã que chegue ao turno da noite, com discussão de qualquer questão e uma entrega decente. Temos um bom protocolo de testes em sincronia com estes turnos, o que ajudou a garantir que o número de casos (de Covid-19) tenha sido mínimo. A situação é obviamente bem fluída e continuará sendo complexa, mas a prioridade será manter o pessoal seguro.”
O McLaren MCL36 será apresentado no dia 11 de fevereiro, enquanto a primeira corrida da temporada acontece em 20 de março. Para o GP do Barhein, a McLaren promete um estoque pequeno de peças, pensando no desenvolvimento do carro ao longo do ano.
“Sabemos que o desempenho na primeira corrida é fundamental e entregaremos um pacote de atualização para esse evento, mas esperamos muito mais a seguir. Uma das razões pelas quais estamos sendo enxutos no estoque é que sabemos que queremos evoluir o carro. Não há prêmios por ter seis assoalhos e seis asas dianteiras na primeira corrida”, disse Thynne.