Massa e Glock se encontram em "curva da frustração" 13 anos após GP do Brasil

Brasileiro perdeu título em 2008 por um ponto. Juntos, ele e o alemão reviram o fim daquela corrida e se abraçaram

Reginaldo Leme, do Jornal da Band, com Redação

Timo Glock virou vilão instantâneo de brasileiros e ferraristas. Ele, que sempre negou que tivesse tido alguma intenção de prejudicar Massa na emocionante decisão do título da Fórmula 1 de 2008, afirmou ao longo dos anos que o episódio lhe rendeu até ameaças de morte.

O tempo passou, Glock e Massa deixaram a F1, e quis o destino que, nesta sexta-feira (12), 13 anos mais tarde, eles se cruzassem novamente no mesmo Autódromo de Interlagos para tirarem aquele 2 de novembro de 2008 a limpo. A iniciativa do reencontro partiu do próprio Glock, que pegou o número de telefone de Massa com Rubens Barrichello. 

“Durante esses 13 anos, pensei várias vezes nesse episódio de forma triste. Há uma semana, encontrei Felipe no GP do México e acenamos à distância. Naquele momento, decidi que conversaria pessoalmente com ele”, disse Glock, que se aposentou em 2012 e é comentarista na TV alemã.

De frente à curva que decidiu a temporada 2008, Glock sacou o seu celular e mostrou a Massa as imagens da câmera onboard do seu carro no momento em que foi ultrapassado por Hamilton, deixando claro que as condições para manter a posição de sua Toyota eram bem complexas, já que a pista estava molhada e ele usava pneus slick.

“Eu entendo. Nunca tive nada contra ele e nunca achei que ele tivesse feito algo, por querer, contra mim. Quem entende de automobilismo, quem entende de Fórmula 1, sabe que foi uma situação onde aconteceu por qual razão, a gente não sabe. Molhou na última volta um pouco mais [a pista], mas eu nunca tive nada contra ele e sim, pela situação do momento”, explicou Massa, que abraçou o antigo colega de grid em frente à curva que frustrou o sonho do brasileiro em 2008. Com um final bem mais feliz após 13 anos.

Massa perdeu disputa pelo título na última curva de Interlagos em 2008; relembre

A temporada de 2008 da Fórmula 1 parecia perfeita para o Brasil acabar de vez com o jejum de títulos mundiais que já completava 17 anos, desde Senna em 1991. Felipe Massa, ainda um novato pela Ferrari, tinha nas mãos a chance de decidir o campeonato em casa, diante de sua torcida.

O então GP do Brasil encerrava os trabalhos daquele ano. Massa precisaria ganhar a prova e torcer para Lewis Hamilton, da McLaren, completar em, no máximo, sexto. Tudo corria conforme o esperado para o brasileiro. Mas as coisas começaram a mudar justamente na última volta. Massa cumpriu com o seu papel: cruzou a linha de chegada na ponta. A comemoração nos boxes da Ferrari com mecânicos e familiares de Massa já era uma realidade, mas ainda era preciso esperar Hamilton, àquela altura, sexto.

A chuva apertou e Hamilton cresceu. A poucos metros do fim da prova, na curva derradeira, o inglês ultrapassou o alemão Timo Glock, da Toyota, assumiu a quinta colocação e conquistou, de forma apoteótica, o primeiro dos seus sete mundiais - com um ponto de vantagem.

Agora apenas espectadores da Fórmula 1, Massa e Glock assistirão de um lugar privilegiado ao grande consagrado daquele histórico GP de São Paulo, Lewis Hamilton, tentar somar mais uma vitória para o seu cartel.

A Band transmite a classificação sprint neste sábado. A corrida de curta duração define o grid de largada do GP de São Paulo de domingo. 

Grande Prêmio de São Paulo (horários de Brasília)

Sábado (13)
11h50 - Treino livre 2 - ao vivo no Bandsports 
16h - Corrida sprint - ao vivo na Band, Bandsports, Bandplay e site da Band

Domingo (14)
13h30 - Corrida - ao vivo na Band, Bandplay, BandNews FM e site da Band
19h - VT da corrida - Bandsports

Onde assistir?

Ao vivo na tela da Band e online no Bandplay e no band.com.br, com narração de Sérgio Maurício, comentários de Reginaldo Leme, Felipe Giaffone, Max Wilson e Rubens Barrichello e reportagem de Mariana Becker. 

Grid:

Valtteri Bottas e Lewis Hamilton (Mercedes), Charles Leclerc e Carlos Sainz (Ferrari), Max Verstappen e Sergio Pérez (Red Bull), Lando Norris e Daniel Ricciardo (McLaren), Lance Stroll e Sebastian Vettel (Aston Martin), Fernando Alonso e Esteban Ocon (Alpine), Pierre Gasly e Yuki Tsunoda (AlphaTauri), Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo), Mick Schumacher e Nikita Mazepin (Haas), George Russell e Nicholas Latifi (Williams).

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