Hamilton lembra cobrança por padrões na F1 e fala sobre futuro na música

Heptacampeão ainda descreveu derrota na decisão da temporada 2021: "Eu me lembro de estar sentado lá sem acreditar"

Da redação

Heptacampeão ainda descreveu derrota na decisão da temporada 2021
Reprodução

Lewis Hamilton estampa a capa de setembro da edição norte-americana da revista Vanity Fair. Não apenas falando de sua trajetória na Fórmula 1, mas também do futuro depois da categoria.

Hoje heptacampeão, Hamilton diz que não se sentia aceito quando chegou à F1. O piloto diz ter sido muito pressionado nos primeiros anos para se enquadrar em um padrão.

“Eu não me sentia aceito. Deus sabe quantos pilotos me disseram: ‘Um piloto de Fórmula 1 não é assim. Não é assim que você deve se comportar. Não é assim que se faz. Tatuagens? Não. Um piloto de Fórmula 1 não tem tatuagens. Um piloto de Fórmula 1 não tem personalidade – e piercings’”, contou o britânico em entrevista publicada nesta segunda-feira (8) pelo site da revista.

Pressionado a deixar de usar acessórios em 2022, Hamilton resolveu desafiar a categoria: compareceu a uma entrevista coletiva no fim de semana do GP de Miami usando anéis em todos os dedos, diversos colares e três relógios.

“Eu nunca gostei de que me dissessem o que fazer”, explicou, admitindo que simplesmente estava “f...dendo com tudo”. “Simplesmente coloquei tudo que podia.”

Ao longo da entrevista, Hamilton falou sobre a infância. Contou ter sido expulso da escola após ser acusado por um diretor de ter agredido um aluno, justamente quando tinha a possibilidade de assinar um contrato de desenvolvimento com a McLaren. Com a ajuda do pai, que contatou as famílias dos envolvidos na agressão escolar, conseguiu reverter a situação e voltar às aulas.

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Com a carreira nos trilhos, Hamilton se tornou o primeiro piloto negro da história da Fórmula 1. Conquistou sete títulos e passou perto do oitavo em 2021, quando foi superado por Max Verstappen (Red Bull) no polêmico GP de Abu Dhabi, vencido pelo holandês após uma polêmica relargada decidida pelo diretor de provas, Michael Masi, na última volta.

“Eu me lembro de estar sentado lá sem acreditar. E percebendo que o que eu precisava fazer era soltar meu cinto, sair de lá, escapar daquela coisa, buscar forças. Eu não tinha forças. E foi um dos momentos mais duros, eu diria, que eu tive em muito tempo”, descreveu, reconhecendo que a possibilidade de deixar a F1 na época era real. “Eu, certamente, considerei se queria continuar.”

Aos 37 anos, o piloto da Mercedes já faz planos para a vida após a Fórmula 1. Além de participar de um filme, Hamilton também aposta no mundo da moda, na música e em um restaurante vegetariano em Londres (que ganhou Leonardo DiCaprio como sócio e está abrindo uma filial nos EUA).

E garante que o público não vai se decepcionar com os novos rumos. “As pessoas dizem: ‘Lewis Hamilton fazendo música? Ah, tenho certeza de que vai ser ruim’. E isso é apenas até elas ouvirem as coisas que eu faço, e então elas ficam tipo: ‘Ah, até que você é bom’”, contou.

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