Desde que o Azerbaijão entrou no calendário da Fórmula 1 em 2016, foi palco de corridas bastante diversas. De lá para cá, foram quatro edições do GP do Azerbaijão (2017 a 2019 e 2021) e uma do GP da Europa (2016), com cinco vencedores diferentes: Nico Rosberg, Daniel Ricciardo, Lewis Hamilton, Valtteri Bottas e Sergio Pérez.
Para 2022, os próprios pilotos esperam que Baku ofereça uma corrida cheia de alternativas. E estão atentos ao caos que pode acontecer no fim de semana.
“Esta é uma pista que pode produzir algumas corridas caóticas, então precisamos estar prontos para aproveitar cada oportunidade. Pode ser bem divertido no domingo”, disse Valtteri Bottas, da Alfa Romeo, vencedor em 2019 pela Mercedes.
Mas o que torna a pista em Baku tão imprevisível? Uma dica pode ser o layout: enquanto o começo e o fim da volta são compostos de longas retas, o miolo do traçado é de trechos curtos e curvas mais fechadas. Assim, é difícil encontrar um acerto que seja satisfatório para o carro (e para o piloto) em 100% do tempo.
“Embora existam algumas curvas de baixa aqui, há também longas retas e curvas de alta. Há uma tentação para adotar um downforce significativamente baixo para este circuito, mas o nível dependerá da relação custo-benefício que os pilotos terão que considerar durante os treinos livres”, analisou Dave Robson, diretor de performance da Williams.
Na Mercedes, a avaliação é semelhante. Segundo Andrews Shovlin, diretor de engenharia de pista do time alemão, o traçado azeri deve oferecer “desafios semelhantes” aos de Mônaco em boa parte da volta.
“O desafio de Mônaco é sua natureza de baixa velocidade; é um traçado muito abaulado, e nós sofremos com o carro”, disse Shovlin.
“Estamos cientes de que, além de acrescentarmos performance básica ao carro, precisamos fazer com que isso funcione em uma gama mais ampla de circuitos. Então, é com isso que estaremos ocupados nesta semana na preparação para Baku, mas também a longo prazo”, completou.
Com tudo isso, os pilotos esperam uma corrida cheia de riscos e possibilidades de ultrapassagem. É o que garante a dupla da Alpine, Esteban Ocon e Fernando Alonso.
“Precisaremos achar um equilíbrio entre a velocidade de reta e o downforce para permitir que o carro faça um bom tempo de volta passando por curvas de baixa. Um bom acerto será muito importante”, analisou Ocon.
“Temos muitas pistas de rua agora na Fórmula 1. Eu gosto delas, uma vez que não há margem para erros. Baku é uma pista onde ultrapassar é bem possível”, disse Alonso.