Nikita Mazepin tem um importante aliado na sua carreira de piloto na Fórmula 1: o pai Dmitry, proprietário da empresa Uralkali – principal patrocinadora da equipe Haas, da qual o filho é integrante. A relação, entretanto, é controversa, já que inevitavelmente Nikita goza de alguns privilégios. Em entrevista ao canal russo Match TV, Dmitry confirmou que pagou do próprio bolso novos chassis para os pilotos da escuderia americana.
“Resolvemos isso junto com o time. Acreditamos que os pilotos devem lutar em igualdade de condições”, afirmou.
A iniciativa foi tomada após o bilionário russo receber uma reclamação do filho quanto à performance do carro em relação ao pacote do companheiro Mick Schumacher. Segundo o pai, estava acontecendo uma situação que ele considerava “injusta”.
“Um chassi foi destruído no final do ano [2020] em um acidente grave e um novo foi construído. A equipe então decidiu dar o novo chassi para Mick Schumacher. Mas assim que Nikita dirigiu o antigo, ele imediatamente deu um feedback de que era muito diferente”, revelou o pai.
O chassi destruído citado por Dmitry foi no Grande Prêmio do Bahrein de 2020, há um ano, quando Romain Grosjean perdeu o controle do carro na primeira volta e acertou o guardrail – o veículo se rompeu ao meio e pegou fogo.
Por conta do acidente, a Haas fez um novo chassi e deu-o para Mick Schumacher. Porém, já na primeira corrida, Nikita notou uma diferença entre os pacotes e a escuderia resolveu testar a alegação do piloto russo.
“Na primeira corrida, Nikita recebeu o chassi antigo, que não dirigia bem. A equipe e eu concordamos na corrida de Mônaco, em junho, em trocar os chassis e assim permitir uma comparação. Nikita teve um bom fim de semana com o novo e Mick teve um grande acidente no qual bateu o seu chassi”, contou Mazepin sênior.
Problemas com o carro no Catar
A troca de chassi não surtiu efeito prático nos resultados. Embora ambos tenham atualmente o mesmo carro, Mick Schumacher segue com uma performance mais aceitável em relação ao companheiro de time. Dos 20 GPs realizados até então na temporada 2021, em apenas cinco Mazepin foi melhor que o piloto alemão.
Além disso, Nikita voltou a sofrer com problemas no chassi no Grande Prêmio do Catar, em Lusail, entre os dias 19 e 21 de dezembro. A estrutura estava danificada e teve que ser trocada após a sessão de qualificação.
Nikita diz que a família Mazepin é incompreendida
Não é a primeira vez que a ajuda de Dmitry é vista com maus olhos pela comunidade automobilística. Em dezembro de 2020, Nikita esteve no centro de uma polêmica de assédio em um vídeo publicado nas redes sociais. O pai, entretanto, foi cauteloso e saiu em defesa do filho.
Em entrevista à revista holandesa Formule 1, o piloto da Haas se defendeu e falou sobre a influência do progenitor.
“Não sou movido pelas opiniões dos outros. Estou aqui na Fórmula 1 porque mereço e vou embora quando perder a paixão pelo esporte. Poucas pessoas sabem que, quando nasci, minha família ainda era pobre. E meu pai vem de uma família ainda mais pobre. A mãe dele precisava economizar dois anos para comprar um presente de aniversário para ele”, manifestou Nikita.