Para Bruna Tomaselli, W Series é 'oportunidade' e pode levar pilotas até à F2

Catarinense é a única brasileira no grid de principal categoria 100% feminina do automobilismo mundial

Emanuel Colombari e Pedro Lopes

Desde que a W Series conseguiu realizar sua primeira temporada, em 2019, a principal categoria exclusivamente feminina de monopostos ainda não conseguiu colocar uma participante na Fórmula 1. O que não quer dizer, no entanto, que não tenha conquistado importantes avanços no automobilismo.

A avaliação é Bruna Tomaselli, que disputa a W Series desde 2021. Única brasileira do grid, a catarinense de 24 anos vê a série como uma importante oportunidade – não apenas para quem está na pista, mas também para quem trabalha nos bastidores.

“É algo essencial, né? A gente vê que cada vez mais não só pilotas, mas também meninas, mulheres estão participando – engenheiras, mecânicas, chefes de equipe. Acho que a W Series é uma categoria onde quem está começando ou quem sonha, quem quer trabalhar disso, viver disso, pode se inspirar. Se não tivesse W Sereis, seria algo muito mais difícil”, afirmou Bruna em entrevista ao programa Resenha F1, exibido semanalmente pela Band nas redes sociais.

“Não são só as 20 pilotas que estão lá representando as mulheres. A gente tem engenheiras, a gente tem mecânicas trabalhando pesado. A gente precisa disso - principalmente o automobilismo, que sempre foi um esporte majoritariamente masculino. Claro que igualar vai ser muito difícil ou quem sabe levar muito tempo, mas para que seja cada vez mais igual”, acrescentou.

Desde 2019, nomes de destaque da W Series ganharam destaque no automobilismo internacional, como Jaime Chadwick (campeão em 2019 e 2021), Beitske Visser, Alice Powell e Emma Kimilainen. Ao mesmo tempo, outros nomes conseguiram espaço em outras categorias após a disputa a competição feminina – como a britânica Megan Gilkes, que correu em 2019 e atualmente disputa a GB4 (a Fórmula 4 britânica), e a japonesa Miki Koyama, que foi da W Series em 2021 para a Fórmula Regional japonesa em 2022.

Para Bruna, este é o principal mérito da W Series: preparar as pilotas mais jovens no caminho para uma possível vaga na Fórmula 1. “Eu vejo como uma grande oportunidade, não só para mim como para todas as pilotas que estão lá, e até para o público conhecer mais sobre mulheres no esporte. Acho que a W Series é algo que preciso, sim, ainda mais nos dias de hoje, e é, sim, uma grande oportunidade. O objetivo deles é preparar uma pilota para a Fórmula 1, mas também para os próximos passos, seja qual for a categoria que a pilota for seguir depois da W Series. Acho que é um incentivo muito grande que eles estão fazendo”, analisou.

“Vejo a W Series como um caminho, um degrau. Claro que a gente não vê tantas iniciativas como esta em outras categorias – tem, mas mais em categorias de base. Depois da W Series, a gente não vê tantas iniciativas desse modo, de levar mais as mulheres para o esporte. Vejo que a W Series é uma grande oportunidade para preparar a piloto para depois”, completou.

Hoje, para Bruna, a W Series tem o potencial de encaminhar participantes para a Fórmula 3. Em 2021, duas competidoras da categoria - Irina Sidorkova e Nerea Martí - chegaram a participar de testes da F3 na França. Na época, a diretora-executiva da W Series, Catherine Bond-Muir, vinha a competição como “um caminho para as pilotas progredirem aos degraus mais altos do automobilismo”.

“Se você for pegar degrau por degrau, comparando os carros, ela (W Series) estaria antes da Fórmula 3. Mas com certeza algumas pilotas que estão lá teriam condições de pular direto para uma Fórmula 2, como a gente vê alguns meninos fazendo isso em diversas outras categorias”, acredita.

Assista na íntegra à edição de 15 de agosto do Resenha F1:

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