O mundo da música está abalado com as recentes denúncias de assédio que levaram o rapper Yung Buda a pausar sua carreira. Conheça mais sobre o artista e os desdobramentos desse conturbado episódio.
Nicholas K. nome real de Yung Buda, conquistou os holofotes com sua ascensão meteórica no cenário do rap nacional. Seu estilo único e letras marcantes atraíram uma base de fãs dedicada, elevando-o ao status de promessa no universo musical brasileiro.
Denúncias de Assédio
Entretanto, o brilho da carreira de Yung Buda foi obscurecido por acusações graves de assédio, que vieram à tona nas redes sociais. Mulheres relataram experiências desconfortáveis, abusivas e criminosas envolvendo o rapper, gerando uma onda de indignação na comunidade musical e entre os fãs.
Ele foi acusado de violentar três ex-namoradas física e psicologicamente em um longo desabafo feito por uma delas na rede social. A jovem Leca denunciou supostos comportamentos abusivos do ex enquanto estavam juntos. Segundo ela, os dois se conheceram em 2022, quando a garota começou a acompanhar lives do rapper no aplicativo Discord.
Depois do término com Buda, ela disse ter entrado em contato com outras ex-namoradas, que relataram os mesmos comportamentos agressivos e abusivos que viveu enquanto esteve com ele.
Após a repercussão da fala, a gravadora Sound Food Gang anunciou o desligamento do artista. “Nós, integrantes da Sound Food Gang, viemos por meio desta informar que todas as providências sobre o caso do artista Yung Buda estão sendo tomadas e o artista está sendo afastado do coletivo. Nessas primeiras horas, priorizamos entender o acontecido e dar apoio às vítimas".
“Seguimos em contato com elas para prestar o suporte necessário. Reiteramos que, de forma alguma, concordamos com esse tipo de atitude”, finaliza a nota.
Pausa na Carreira
Diante das denúncias, Yung Buda tomou a decisão surpreendente de pausar sua carreira. Em um comunicado nas redes sociais, ele expressou arrependimento e compromisso em enfrentar as acusações de forma responsável.
“Informo a todos a decisão de pausar minha carreira por tempo indeterminado até que toda a situação seja resolvida. No momento, estou em busca de ajuda para assimilar todo o ocorrido e vou tirar um tempo para cuidar da minha saúde mental. Obrigado a todos os fãs que apoiam meu trabalho”, afirmou.
A decisão foi recebida com reações mistas, enquanto alguns elogiaram a atitude, outros questionaram se seria suficiente.
As denúncias contra Yung Buda reacenderam debates sobre o papel da indústria musical na proteção de artistas e na responsabilização por comportamentos inadequados.
Com sua carreira temporariamente interrompida, o futuro de Yung Buda permanece incerto. O rapper enfrenta não apenas consequências legais, mas também a árdua tarefa de reconstruir sua imagem diante do público e da indústria musical.
Quem é Yung Buda?
O paulistano de 24 anos, que vive desde adolescência em Jundiaí, une a sonoridade trap, um dos subgêneros mais populares do rap, e letras inspiradas no universo geek — mais especificamente na cultura otaku, que reúne seguidores da cultura pop japonesa e tecnologia.
Saiba quais serviços procurar em caso de violência doméstica contra mulher
Números de violência contra a mulher reforçam a necessidade e urgência de denúncia. Os Dados do Mapa Nacional da Violência de Gênero, de 2023, dizem que 61% das mulheres não fazem nada após sofrer a brutalidade. Contudo, é importante reforçar que existem maneiras de denunciar e serviços públicos criados especialmente para ajudar vítimas desses crimes.
O feminicídio pode ser evitado porque, na maior parte das vezes, é o fruto de uma violência progressiva. Que, quanto antes for denunciada, maiores são as chances de evitar uma tragédia. Mas nem sempre se pensou assim.
Um estudo do DataSenado, aponta que a violência psicológica é a mais recorrente (89%), seguida pela moral (77%), pela física (76%), pela patrimonial (34%) e pela sexual (25%).
Quais são os canais de denúncia?
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um canal criado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, que presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. Contudo, existem outros espaços que permitem a denúncia.
Nos espaços públicos que prestam serviços de saúde, mulheres que sofrem violência física ou sexual, podem ser ajudadas. Assistência médica, de enfermagem, psicológica e social são fornecidos antes mesmo do Boletim de Ocorrência ser feito.
A assistência social presta serviços que podem garantir as condições básicas de vida da mulher, como proteção urgente, moradia e alimentação. Além disso, o órgão está capacitado no apoio de questões como divórcio e guarda dos filhos, podendo também encaminhar mulheres para uma Casa da Mulher Brasileira.
Esses espaços foram criados para funcionar como um centro de apoio e esperança às vítimas de violência doméstica, integrando diversos serviços especializados. Estão em funcionamento nas seguintes unidades no país: Brasília, Curitiba, São Luís, Campo Grande, Fortaleza, São Paulo e Boa Vista.
Também existem Casas-abrigo, que oferecem moradia e proteção para mulheres sob grave risco ou ameaça por um período e Casas de Acolhimento Provisório, que também acolhem vítimas com ou sem seus filhos por até 15 dias, sendo que este lugar abriga mulheres que não correm risco iminente a vida.
Os Centros de Referência para Mulher (CRM, CDCM, CEAM, CAM, CRAM, CIAM, CRAMV) são para tudo isto e mais um pouco: neles é possível também conseguir acesso a benefícios sociais e vagas em abrigamentos.
Já a polícia e a justiça são responsáveis por proteger a integridade da mulher, responsabilizar e penalizar os agressores. Caso você esteja em situação de risco e violência, disque 190. É o telefone para acionar socorro imediato.
Diante de qualquer situação que configure violência doméstica, a mulher deve registrar a ocorrência em uma delegacia de polícia, preferencialmente nas Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher – DEAM, que funciona 24 horas por dia, todos os dias.