Depois de Pesadelo na Cozinha, dona de Hero’s Burger recebeu proposta para franquia até no Japão

Vinícius de Melo

Sibele Soglia e o chef Erick Jacquin no Pesadelo na Cozinha
Carlos Reinis/Band

Mesmo depois de dois anos de sua exibição original na Band, a dona do Hero’s Burger ainda colhe os frutos da reforma que o restaurante passou em Pesadelo na Cozinha. Em entrevista, ela garante que 80% da procura pelo estabelecimento vem devido ao sucesso durante o programa e revelou que já recebeu mais de 18 propostas para franquiar o estabelecimento – uma delas no Japão!

“Inicialmente eu fiquei relutante em participar do programa, porque eu tinha medo de dar uma má impressão, mas foi totalmente o inverso. As pessoas conseguiram ver que a principal dificuldade que a gente tinha era a estrutura e que não tinha processos. O programa nos ajudou muito. Utilizo a mesma estrutura até hoje e o Jacquin ajudou muito a forma de trabalhar, ajudou no dia a dia das pessoas e a tornar tudo menos cansativo”, disse Sibele Soglia ao Portal da Band.

De acordo com a proprietária, o restaurante cresceu 300% nos meses seguintes à exibição. “Foram uns seis meses de loucura. Precisei fazer um investimento além do que o próprio programa fez. Fiz isso pensando nos frutos que poderia receber. Foi investimento em equipe, em treinamento e na marca. Eu entrei com um processo de licenciamento da marca. Existe um legado muito forte do Pesadelo na Cozinha, um legado muito forte do próprio Jacquin. Então, a gente quer levar esse legado a sério”, afirmou.

Sibele revelou que o sucesso foi tão grande que recebeu cerca de 18 propostas para abrir franquias do Hero’s Burger. “Só que quando veio 2020, eu preferi suspender essa ideia para ver se a gente ia conseguir suportar essa crise. Acredito que agora eu consiga retomar os planos e buscar parcerias de franquias para abrir pelo menos cinco unidades até o final do ano”, contou.

Para colocar o plano em prática, a dona do restaurante está esperando a economia do Brasil volte a melhorar. “Se o país voltar com a economia, as pessoas vão ter um pouco mais de confiança de fechar negócio. Recebi esses convites, mas prefiro ter uma firmeza – inclusive dos investidores”, disse.

As propostas que estão mais em pé são as que pretendem construir uma unidade do Hero’s Burger em Salvador, em Curitiba, no interior de São Paulo, no Ceará e uma no Japão. “A gente chegou a ter algumas tratativas sobre esse assunto. A de Salvador a gente estava discutindo detalhes, mas veio a pandemia. Agora são essas as cinco propostas que eu retomei contato”, contou. Apesar disso, Sibele garante que está aberta a outras negociações.

O ano da pandemia 

O setor dos restaurantes é um dos que mais sofre com a pandemia do coronavírus – além do horário reduzido, medidas de distanciamento tiveram de ser observadas e muitos tiveram que apostar apenas no delivery. “Até 15 dias atrás, a gente estava nesse abre e fecha. Ainda assim, a gente segue protocolos de restrição. Minha capacidade máxima da casa continua reduzia”, disse Sibele.

“O programa me ensinou a líder melhor com a crise e eu tive ajuda da equipe inteira do restaurante para isso. O pessoal se propôs a enfrentar isso juntos, a criar estratégias de venda. Mês a mês em 2020 foi um grande desafio. A gente começou com a pandemia achando que ia ter data para acabar, mas só se prorrogou cada vez mais. Então, tivemos que nos reinventar de todas as formas”, completou.

Uma das grandes metas de Sibele é poder voltar a hospedar eventos de cosplayers dentro da Hero’s Burger. “A gente está segurando um pouco, mas a procura continua enorme. Nós preferimos fazer eventos só quando tiver uma flexibilização maior, porque nos comprometamos a fazer uma reabertura de forma responsável”, explicou.

O fiel escudeiro Marco

Em Pesadelo na Cozinha, enquanto Sibele cuidava da administração, Marco Ungaro era seu braço direito dentro da cozinha – ambos davam suor e sangue para o negócio decolar. “As pessoas se identificaram muito com a história do Marco, com a minha história. Tanto eu quanto ele não víamos nossos filhos há muito tempo e trabalhávamos duro todos os dias. Foi uma história verdadeira e um período cansativo. Acredito que as pessoas se viram no programa e viram que não é só elas que passam por aquilo. Que a gente erra, que a gente acerta, mas que o importante é não desistir”, contou.

“O Marco ficou comigo esses dois anos e ele saiu do restaurante há mais ou menos 2 semanas. Agora, ele foi cuidar dos projetos pessoais dele e ficar um pouco mais com a família. Acredito que ele conseguiu colocar em prática tudo que ele sempre quis fazer, depois de ter sucesso na Hero’s. Todo mundo saiu ganhando com o Pesadelo na Cozinha”, completou. 

Se engana, no entanto, quem acha que a cozinha irá mudar com a saída do chef. “Eu conto com uma consultoria e ainda tenho o cardápio do Jacquin. O Marco saiu e deixou tudo pronto para gente, com relação à método de fazer. Então, eu consigo ter cozinheiros fazendo os pedidos do jeito que ele e o Jacquin deixaram lá. Continua tudo igual”, afirmou.

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