O que o pai do Alok tem a ver com a rave alvo de ataque em Israel?

Festival acontecia próximo à Faixa de Gaza, na região Sul do país, no sábado, quando o grupo extremista Hamas invadiu o local

Da Redação

Pai Alok
Reprodução

Quando extremistas do Hamas lançaram um ataque surpresa contra Israel, no sábado (6), uma rave acontecia na região do kibutz Re’im, próximo à Faixa de Gaza, e foi uma dos primeiros locais a serem atacados. Era a primeira edição em Israel do festival de música eletrônica “Universo Paralello” – criado há 23 anos, no Brasil, pelos pais do DJ Alok.

Apesar da origem, o evento de sábado não foi realizado por brasileiros. A marca foi licenciada e a organização ficou por conta da produtora israelense “Tribe of Nova”. Justamente por esse motivo, além de “Universo Paralello”, o evento também vem sendo chamado pela imprensa de “Festival Nova”, “Supernova” ou “Tribe of Nova edição Universo Paralello”.

Nesta terça-feira (10), Alok, usou as redes sociais para pedir que as pessoas não associem seu pai à organização do evento, além de explicar como funciona o licenciamento da marca. “Infelizmente, em meio a tudo isso, está circulando uma fake news de que o meu pai era o responsável e produtor do festival, o que não é verdade. Como vocês podem ver na mídia internacional. Não associem meu pai a isso”, diz Alok.

Alok soube que pai estava em Israel pela web

Apesar de não ter se envolvido na organização, o pai de Alok estava no festival de música em Israel quando o lugar foi atacado pelo Hamas. O DJ brasileiro disse que tem pouco convívio com Juarez Petrillo, que também é DJ, e que descobriu que ele estava na rave pela internet. 

Alok chora ao falar do pai (Foto: Reprodução)

"Eu já saí de casa faz mais de 15 anos. Infelizmente, tenho pouco convívio com meu pai. Meu pai toca, é DJ, então, está sempre viajando pelo mundo, eu também. Ele não sabe onde estou, também não sei onde ele está. Eu descobri que ele estava lá através da internet", desabafou ele em um vídeo publicado no Instagram.

O artista também expressou que o pai está seguro e que agora o que mais deseja é estar junto dele. "Eu até queria ter mais convívio com meu pai... Tudo o que eu queria agora é poder... Meu pai está bem, seguro. Ele chegou em Tel Aviv ontem (9), e está fazendo todo o esforço para voltar para o Brasil. Tudo o que quero agora é abraçar e acolher ele. Mas, infelizmente, muitas pessoas não vão poder fazer isso", lamentou.

Juarez Petrillo chegou a registrar os bombardeios que ocorrem na região onde acontecia o festival Universo Paralello e relatou que faria uma apresentação, mas teve seu show interrompido pelo ataque. Ele conseguiu fugir, mas foram encontrados centenas de corpos no local.

O pai de Alok usou as redes sociais para mostrar o momento do ataque. O vídeo mostra fumaça no céu e as pessoas se movimentando no local.

"Estou em choque até agora! E as bombas não param de explodir… depois conto mais detalhes", escreveu Petrillo. "Surreal! [...] Já estava no palco para tocar. Espiritual demais! Foi a primeira vez que aconteceu isso, nunca uma festa parou assim! Sei nem o que fazer dizer", escreveu. "Helicópteros!! Explosões. Acabou a luz elétrica!! Bizarro!! Guerra!! Muito triste”, concluiu. 

Qual a história do festival criado pelo pai de Alok?

O Universo Paralelo é o maior festival de arte e cultura alternativa da América Latina. É um festival conhecido mundialmente, e diversos turistas estrangeiros frequentam o festival. O evento foi criado há 23 anos, em Goiás e foi influenciado pela vertente da música eletrônica chamada de “trance”. 

Entre os fundadores do evento estavam Juarez Petrillo, o DJ Swarup, e Adriana Peres Franco, a DJ Ekanta – pais dos irmãos gêmeos e também DJs goianos, Alok e Bhaskar. A festa que começou em Goiás, mas logo foi transferida para a Bahia, onde geralmente acontece na virada do ano na praia de Pratigi, de Ituberá.

A próxima edição brasileira acontecerá entre os dias 27 de dezembro e 3 de janeiro, ocupando uma área de 3 quilômetros de extensão “em uma comunidade construída especialmente para receber os convidados”.  Ao longo dos anos, o Universo Paralello passou a ser realizado em outros países, como França, Argentina, Espanha e Portugal.

Alok explicou nas redes sociais, que vários produtores internacionais têm interesse em licenciar a marca. “Quando eles licenciam, têm o direito de uso do nome e da identidade visual. Meu pai já licenciou para diversos países, incluindo Índia, México, Argentina, Europa e Tailândia, e a mesma situação aconteceu agora em Israel pela primeira vez”, disse o DJ. 

Universo Paralello se manifesta sobre ataques em Israel 

Nas redes sociais, a organização brasileira da festa publicou uma nota sobre o ataque em Israel. "Estamos profundamente chocados com os últimos acontecimentos em Israel envolvendo ataques simultâneos sem precedentes em diversas regiões do país pelo Hamas. Como muitos de vocês sabem, o evento 'Tribe of Nova edição Universo Paralello' estava sendo realizado na região Sul, próximo à Faixa de Gaza no último dia 6, um dos lugares atacados", diz o comunicado.

"Israel é reconhecida mundialmente por grandes eventos de música eletrônica e o local é conhecido por realizar diversos deles, tendo no dia anterior acontecido um festival com o mesmo perfil no mesmo local”, concluiu o comunicado. 

Ekanta Jake, uma das idealizadoras do ‘Universo Paralello’ ao lado do ex-marido, Juarez Petrillo – o DJ Swarup – dono atual do festival, e mãe de Alok, usou as redes sociais para se solidarizar com as vítimas. 

Após a notícia do Massacre, ela disse: “A música sempre me proporcionou momentos incríveis de união, amor, felicidade e positividade. Todas as minhas orações para os desaparecidos, para o povo da região que é vítima dessa guerra e para os familiares que estão enfrentando muita dor neste momento. (...) Na alquimia da tristeza nos cabe a união pela paz e a luta pela dança da Vida”, começou. 

“Estou arrasada com tudo que está acontecendo em Israel. Todas as minhas orações para os desaparecidos, para o povo da região que é vítima dessa guerra e para os familiares que estão enfrentando muita dor neste momento”, escreveu.

Brasileiros morreram no ataque a Israel 

Os brasileiros Bruna Valeanu e Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos, estavam desaparecidos em Israel desde o último sábado (7) após ataque do grupo terrorista Hamas na região da Faixa de Gaza, foram encontrados mortos.  Na manhã desta terça-feira (10), o Itamaraty só confirmou a morte de Ranani Nidejelski Glazer. As famílias já se manifestaram e lamentaram as perdas.

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