João Paulo Vergueiro começou sua trajetória no jornalismo esportivo. Hoje ele é apresentador do Linha de Combate. Por isso, pode-se dizer que sua carreira deu uma virada radical. O curioso é que o jornalista já tinha uma relação com o universo policial: sua mãe é delegada aposentada. Aliás, ela é uma das grandes fãs do programa e está sempre atenta a tudo que acontece nele.
“Minh mãe foi delegada de homicídios no interior de São Paulo. Depois ela veio para a capital trabalhar na perícia e hoje está aposentada. Ela não perde um Linha de Combate, ela adora! Ela é maluca pelo programa, manda fotos. Mas eu evito contar umas coisas. Aí ela fica sabendo depois pelo programa e fala: ‘Pô, mas aconteceu isso e você não me contou?’. Ela acaba descobrindo depois até por conta de ter essa experiência policial. Pra ela não ficar tão preocupada eu acabo não revelando tanto assim”, conta o jornalista em entrevista ao Band.com.br.
JP, como é conhecido, não participa de todas as operações policiais que a equipe do programa acompanha por diversas cidades do Brasil. Entretanto, já esteve presente em muitas e viveu algumas situações bastante tensas, chegando a se deparar com marcas de tiro no carro qual estava. Ele diz que busca dominar o medo e que usa este sentimento também para se impor limites.
“A partir do momento que você parar de sentir medo você está morto, né? Porque aí é quando você se arrisca demais além da conta e quando você pode ser surpreendido. [Teve uma] Operação, em que minha equipe saiu do carro e viu marcas da bala na altura da cabeça, a gente estava com um veículo blindado, e os traficantes dispararam de fuzil, marcaram a blindagem do veículo., Se a bala fura a blindagem poderia ter acontecido uma tragédia”, relembra.
É uma linha que a acabamos tendo que respeitar. Temos medo, eu acabo me empolgando, ai eu tenho o Duda [Amorosino, diretor da atração] às vezes para dar uma segurada e para trazer a gente para a realidade. Eu sou um cara que me empolgo para caramba.
Mesmo com questões tão complexas, Vergueiro diz que gostaria de participar de mais ações, justamente por gostar de se envolver diretamente.
“Eu sinto muita falta de participar mais do Linha de Combate. Quando começou eu ia a todas gravações. Por exemplo, se ia fazer uma matéria de cavalaria, eu tinha oportunidade de montar, de usar o cavalo, que era justamente colocado ali na linha de frente nas tropas para conter manifestação, conter torcedor. Eu experimentava isso, fazia questão. Agora eu vou para São Paulo, a uma gravação de um cara que dá aula para policias de elite de como dirigir defensivamente”, relata.
Novidades à vista
João Paulo Vergueiro não esconde a animação com os próximos episódios do Linha de Combate, que trarão diversas novidades em ações que terão ainda mais ação e flagrantes do que tem sido visto até aqui. O apresentador destaca que chegou a ficar surpreso com a audácia de alguns criminosos que serão mostrados e também fica feliz com a proximidade cada vez maior entre a produção e os policiais.
“O programa provoca reflexões e você passa a admirar ainda mais esses profissionais. Quando você entra em uma viatura aqui no Rio de Janeiro e vê o salário que é pago aos profissionais, você vê que aquilo definitivamente não tem nada a ver com o salário que é pago e sim pela vontade de salvar uma vida, de se colocar na linha de tiro. A ente é acostumado a fazer isso uma vez ou outra em uma gravação, e esses caras que estão na linha de combate se arriscam diariamente, né? Esses profissionais têm família. Tem filho pequeno, uma companheira, um companheiro, qualquer coisa que seja, você vê que é uma profissão que exige muito talento, muita coragem, muito sangue”, elogia.
Tendo passado por tantas áreas diferentes do jornalismo, ele não tem dúvidas em dizer que está totalmente realizado hoje – além do Linha de Combate, JP também comanda o Brasil Urgente RJ.
“Na Band eu passei por todas as editorias. Comecei no esporte, mas depois eu fui para o entretenimento, fiz rádio, fiz esporte de novo e hoje eu me encontrei. Uma vez eu fui aí para a Band, conversar com um dos chefes para uma vaga em um programa de esporte. Houve um ruído ali na comunicação e ele achou que era para o Brasil Urgente. Aí falei: “Acho que você tá confundindo, eu vim para o esporte”. Eu acabei no final das contas sendo contratado para o esporte, mas olha que curioso! Agora eu sou extremamente realizado, muito feliz, e amo fazer o Linha de Combate, eu amo fazer o Brasil Urgente Rio”, afirma.