“Tem que ter aumento todo ano, de correção inflacionária, para garantir o poder de comprar do servidor”, disse Paulo Ganime (Novo), em sabatina no programa Band Eleições, que foi ao ar na madrugada desta terça-feira e está disponível na íntegra no Youtube da Band Rio.
Sabatinado pelo jornalista Fernando David, o deputado federal falou sobre temas importantes para a sociedade fluminense: economia, segurança pública, emprego e transporte. O político também comentou sobre a ideologia do partido Novo.
Esse é o terceiro pré-candidato sabatinado no Band Eleições desse ano. O primeiro foi Marcelo Freixo (PSB) e na sequência Rodrigo Neves (PDT). O principal objetivo do programa é fazer com que os cidadãos fluminenses conheçam mais sobre as propostas de cada pré-candidato para que possam fazer a melhor escolha no dia da votação. O primeiro tema tratado no programa que recebeu Paulo Ganime foi e a economia do Rio de Janeiro.
ECONOMIA
Para o pré-candidato, o estado do Rio vai crescer quando o “interior for forte”.
“Primeiro a gente tem que qualificar, principalmente o jovem e também aquele adulto que tinha uma profissão e perdeu seu trabalho e precisa se requalificar. Então, a gente vai investir muito na educação profissionalizante, não é o ensino superior, o curso técnico, mas sim o curso profissionalizante que de 1 a 6 meses você coloca o jovem no mercado de trabalho. Está faltando mão de obra qualificada. Esse tema impacta a vida do jovem e a vida da atividade econômica do Rio. O estado do Rio de Janeiro tem 49% do PIB na capital. A gente precisa descentralizar isso. O estado vai crescer quando o interior for forte”, comentou Ganime.
O deputado ainda revelou que considera “difícil” reduzir as despesas do Rio. Mas, para ele, é necessário diminuí-las e aumentar a arrecadação do estado.
“A gente tem que diminuir as despesas. Claro que é difícil porque a gente tem despesas obrigatórias. A gente tem que aumentar receita sem aumentar tributo, pelo contrário, tem uma lógica burra de que você aumenta imposto, você aumenta arrecadação. Ao contrário. Você perde empresa. Além da mão de obra qualificada e da insegurança, as empresas saíram do Rio porque é mais fácil operar em São Paulo, no Espírito Santo, em Minas Gerais. Então a gente tem que baixar imposto de forma responsável. O Rio tem tudo para crescer, falta ter uma boa gestão, falta credibilidade ao Rio de Janeiro”.
Questionado sobre o servidor público, Ganime declarou que “vai ter aumento” na remuneração.
“Servidor público tem que ser pago em dia, a gente vai fazer com que o servidor público tenha garantia do seu salário. Tendo aumento de arrecadação real, de receita corrente, vai ter aumento também. Não dá para dar aumento populista, às vésperas da eleição. Tem que ter aumento todo ano, de correção inflacionária, para garantir o poder de comprar do servidor”.
SEGURANÇA PÚBLICA
De acordo com o deputado federal, eleito com 52.983 votos pelo estado do Rio, as operações policiais nas comunidades não resolvem os problemas da segurança pública do estado.
“A operação é a última linha, é sinal que o problema já aconteceu. Você tem que antecipar o problema. Você tem que garantir que as armas e drogas não vão entrar. A Polícia Civil tem que ter inteligência, tecnologia, tem que ir atrás, para fazer com que a gente não precise da operação. Tem que melhorar a polícia, tem que qualificar o policial, tem que ter formação na entrada do policial com formação correta dele e ao longo da carreira dele. Ele tem que ser constantemente reciclado. A escala de trabalho dele tem que ser revista. Muitos trabalham 24 horas, isso não é produtivo. A operação policial é o remédio para febre. Mas para resolver a doença a gente resolve com moradia, educação, o Estado entrando nas comunidades com saúde e segurança.”
Questionado sobre como ele vai combater a milícia e o tráfico de drogas, Paulo Ganime admitiu não ser “fácil” combater esses criminosos.
“Temos que ir atrás do dinheiro. O dinheiro que é movimentado pela milícia e pelo tráfico de drogas não fica naquela comunidade, naquele bairro. Isso movimenta muito dinheiro. Hoje tem miliciano com lancha em Angra, com casa em Angra, na Barra da Tijuca, na Zona Sul, em todos os lugares. Como esse dinheiro chega lá? Lavagem de dinheiro. A gente vai atrás também. Não é fácil, mas com vontade, vigor, coragem e fazendo com que a gente tenha uma Secretaria de Fazenda blindada, que não tem interferência política para proteger bandido, a gente vai conseguir”.
TRANSPORTE
Paulo Ganime isentou a concessionária SuperVia de ser 100% responsável pelos problemas no sistema de trens do Rio.
“É uma co-responsabilidade da concessionária com o governo do Estado. É muito fácil para o governador falar que a culpa é toda da concessionária. A gente sabe muito bem que o transporte público tem uma co-participação do governo. A gente vai mudar. Vamos ter uma relação da parceria com a concessionária. A concessão é de um serviço público. Até porque um dos problemas hoje da SuperVia é a falta de segurança. Quem garante a segurança é o governo do Estado”.
IDEOLOGIA DO PARTIDO
Questionado sobre possíveis convergências do partido Novo com outros partidos para poder governar melhor e passar os possíveis projetos, o pré-candidato disse que a diferença do Novo para os outros partidos é que eles são “coerentes”.
“Você ser claro com suas ideias é dar segurança para o eleitor para a população do estado e também para os outros partidos. O governo lá em Brasília sabe como a gente vai atuar. Essa é a diferença nossa para os outros partidos, porque a gente é coerente, a nossa linha de atuação é a mesma, a gente não muda de acordo com a maré por conta de populismo, por conta de voto. As pessoas podem confiar na gente. Isso é muito claro. O Novo sabe governar porque sabe o que tem que entregar para a população”.
BATE-BOLA
No final da sabatina, o entrevistado foi perguntado sobre os gostos pessoais em um esquema de perguntas e respostas rápidas, um bate-bola. Veja as respostas do político:
Um lugar: Maracanã
Um filme: Top Gun Maverick
Um prato: Bife de fígado acebolado
Uma praia: Praia dos Coqueiros, em Paquetá e Praia do Leme.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco