A alta rejeição do presidente Jair Bolsonaro pode ser um fator decisivo para a eleição deste ano, que tem chance de ser decidida ainda no primeiro turno, segundo avaliação do cientista político e pesquisador Antonio Lavareda durante participação no programa Band Eleições.
"Na medida em que nós formos chegando na segunda quinzena de setembro e próximo à data da eleição, em 2 de outubro, a lógica do segundo turno avança sobre o processo decisório e esse é o problema do Bolsonaro. A eleição corre o risco de ser resolvida no primeiro turno”, disse.
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto DataFolha mostra que o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera a rejeição entre jovens de 16 a 29 anos em 12 capitais brasileiras, com 67%. Já o ex-presidente Lula (PT) aparece com 32%.
Vídeo: Lavareda fala sobre ritmo de Lula e Bolsonaro nas pesquisas:
Toda semana o programa Band Eleições vai receber pré-candidatos e especialistas discutindo os temas mais importantes para os eleitores. Uma tradição do Grupo Bandeirantes que auxilia o eleitor a escolher seu candidato.
Em conversa com os jornalistas Rodolfo Schneider e Fernando Mitre, Lavareda afirmou que fazer prognósticos com base em pesquisas é um equívoco.
“Pesquisa eleitoral é apenas um dos instrumentos de avaliação de uma campanha, de uma eleição. Fazer prognósticos sobre eleições com base apenas em pesquisas eleitorais é um equívoco”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de uma mudança nos números nas próximas pesquisas e até uma aproximação de Jair Bolsonaro (PL) a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por causa da PEC dos Benefícios, o cientista político explica que é provável que tenha algum impacto.
“Esse auxílio vai atingir, provavelmente, como efeito eleitoral, aqueles beneficiados que são aqueles 18 a 19 milhões de beneficiários pelo Auxílio Brasil complementados pelos caminhoneiros e pelos taxistas, que se estima aí que se chegue ao total de 21 milhões. É muito provável que uma vez materializado esse auxílio turbinado com mais R$ 200 no bolso das pessoas, isso tenha algum efeito e algum impacto”, disse.
No entanto, Lavareda pondera que o voto não é uma manifestação de gratidão por parte do eleitor e que os benefícios concedidos não devem mudar o rumo da eleição.
“O eleitor no ponto de vista da mínima racionalidade no processo decisório do voto, esse voto é um investimento. Esse voto não é uma manifestação de gratidão. Você não pode imaginar que um eleitor, por conta de um auxílio de três meses, vai conferir a um candidato quatro anos de mandato. Não é assim que ocorre. Ele vai votar, provavelmente, pensando na continuidade desse auxílio. A minha estimativa é de que vai haver algum efeito, mas não o suficiente para mudar o rumo da eleição”, finalizou.