A PRF (Polícia Rodoviária Federal) fez 619 abordagens de fiscalização a ônibus neste domingo (30) de eleições, descumprindo determinação do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que visa garantir a livre circulação de eleitores durante a votação de segundo turno.
Segundo números internos da PRF aos quais o Portal da Band teve acesso, o órgão realizou 619 ações de fiscalização contra ônibus até 17h deste domingo. No primeiro turno, ao longo de todo o dia 2 de outubro, foram 297 ônibus fiscalizados com abordagem.
Das 619 abordagens deste domingo (30), 89 abordagens ocorreram somente em Alagoas. No Pará, foram 51 abordagens a ônibus, segundo o documento.
Outro documento ao qual o Portal da Band teve acesso mostra que a PRF do Paraná orientou no dia 27 de outubro que o foco do trabalho do órgão deveria ser em veículos que transportam passageiros.
"A fiscalização deverá ser focada nos veículos transportadores de passageiros, com o intuito de prevenir acidentes de trânsito nesse período que há um incremento de movimentação de passageiros, e de verificar possíveis crimes eleitorais, especialmente transporte irregular de passageiros ou dinheiro", diz o texto.
No fim da manhã, o presidente do TSE determinou que o diretor da PRF Silvinei Vasques interrompa "imediatamente" operações que impeçam o transporte público de eleitores neste domingo (30).
Em coletiva de imprensa durante a tarde, Moraes disse que “nenhum eleitor foi impedido de votar”.
“Foi determinado à PRF que não fizessem operações que prejudicassem o transporte público dos eleitores, para evitar qualquer atraso ou principalmente que os eleitores pudessem chegar ao local de votação. O diretor da PRF, editou uma ordem de serviço, que todos viram, que não fosse conflitante as operações baseado no código de trânsito brasileiro, fossem realizadas”, explicou.
Em nota, a PRF informou que enviou ofício às superintendências do órgão determinando o "fiel cumprimento da aludida decisão" do TSE e que “respondeu no prazo determinado”.
Em pedido ao TSE, a coligação do candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alegou que a PRF estaria fazendo operações e dificultando o transporte público de eleitores.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o partido pedirá a prisão do diretor da PRF.
“ATENÇÃO-pedimos a prisão do Diretor Geral da PRF e dos Superintendentes Regionais q ñ estão cumprindo a decisão do TSE. Peço aos parlamentares da nossa coligação q se dirijam aos locais das operações em seus estados e deem ordem de prisão aos policiais, inclusive PMs como no RJ”, escreveu no Twitter.