Equipe de Lula pede início de transição com Alckmin e quer reunião com o governo

Geraldo Alckmin deve coordenar o processo, com Gleisi Hoffmann e Aloizio Mercadante já escalados

Da Redação

Gleisi Hoffmann em coletiva de imprensa nesta terça-feira (1º)
Reprodução / BandNews TV

A presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffman, que integra a equipe de transição de governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta terça-feira (1º) que o grupo aguarda uma reunião com representantes do presidente Jair Bolsonaro (PL) para iniciar nesta semana o processo. 

A intenção é iniciar o acesso da equipe do presidente eleito já nesta quinta-feira (3). "Conversei com o ministro Ciro Nogueira (PP) ontem e disse que hoje nós já iríamos fazer a indicação e estamos começando a relacionar as demais pessoas que vão estar na coordenação (da transição). Eu e Aloízio Mercadante [ex-ministro e coordenador do programa de governo] integraremos para ajudar o governador [Geraldo Alckmin], mas tem outras pessoas que vamos designar por áreas", disse Gleisi Hoffmann. 

A equipe de transição de Lula, coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), aguarda confirmação do governo do candidato derrotado Jair Bolsonaro (PL). "Nossa proposta é ir para Brasília já, ter uma reunião presidencial com que for a parte do governo que vai fazer essa transição para que a gente já possa colocar em operação a equipe de transição", disse Gleisi.

"Os partidos da coligação também participarão dessa transição", segundo a presidente do PT, que ressaltou que a formação dos novos ministérios ainda não está confirmada. 

"Não há decisão sobre ministérios, o presidente Lula ainda não abriu essa discussão", disse. 

Rodovias

Gleisi disse que o governo eleito não concorda com a mobilização de movimentos sociais contra os manifestantes golpistas que bloqueiam rodovias federais. Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) teriam se mobilizado em razão da inércia da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em desfazer interdições promovidas por grupos inconformados com o resultado da eleição presidencial. 

“Nós não concordamos com isso, porque essa é uma responsabilidade do Estado. O Estado tem que tomar as providências e, inclusive, o Supremo já mandou tomar as providências. Acredito que elas já estão sendo tomadas, pelas notícias que estou vendo”, disse Gleisi. 

“Já vi uma explicação do [Guilherme] Boulos [deputado federal e líder do MTST] dizendo que a nota foi mal-entendida, que não é bem assim, que eles não têm essa pretensão”, destacou a presidente do PT.  

A deputada criticou o movimento e destacou que os eleitores do presidente Bolsonaro devem reconhecer a vitória do presidente eleito. “O presidente Lula disputou várias eleições, perdeu para Collor, Fernando Henrique, e sempre aceitou o resultado”, disse. 

“Isso é criminoso. São os arruaceiros do Bolsonaro. Eu espero que a polícia coloque ordem nisso. É um problema do governo Bolsonaro, é um problema dos governadores, e espero que haja ordem nisso”

Gleisi garantiu que o novo governo estará aberto para dialogar com movimentos de oposição. “Sempre tivemos diálogo com os movimentos dos caminhoneiros. Com todos os setores vamos ter diálogo, inclusive com eles”, disse. 

“Já tem uma série de ações tomadas, uma decisão importante do STF. E a gente espera que isso normalize, porque prejudica o Brasil, a economia brasileira e o povo brasileiro. É uma irresponsabilidade”.

Bloqueios

Segundo balanço mais recente da PRF, grupos bolsonaristas bloqueiam 227 trechos de rodovias federais em 21 estados e Distrito Federal, segundo a PRF, para contestar o resultado das eleições que sagrou Lula presidente.

A Corregedoria da PRF em São Paulo já instaurou investigação para apurar eventuais irregularidades por parte de agentes. 

Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição derrotado, ainda não se pronunciou sobre a derrota, os bloqueios ou qualquer outro assunto. 

No início da manhã desta terça, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou o uso de força das Polícias Militares e demais forças de segurança estaduais contra manifestantes bolsonaristas que bloqueiam rodovias em todo o Brasil.

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