Luiza Trajano vê Brasil com potencial de consumo e mais mulheres líderes

No Canal Livre, empresária e presidente do Conselho de administração do Magazine Luiza falou sobre sua trajetória, momento do Brasil e atual cenário econômico

Da redação

A empresária e presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano, é a convidada do Canal Livre deste domingo (26). 

Em conversa com os jornalistas Rodolfo Schneider Fernando Mitre e Juliana Rosa, ela falou sobre sua trajetória, momento do Brasil e atual cenário econômico.

Economia

“Nós temos lembrar que o Brasil tem para os seus próximos 30, 40 anos um potencial de consumo imenso. A gente tem uma defasagem para ficar com o país em desenvolvimento com 20 milhões de casas próprias em cinco anos. Você imagina se isso executa, o que iria vender de televisão, fogão geladeira, piso, cimento e ai a pessoa tem sua casa própria. É uma defasagem. O brasileiro gosta de ter as coisas boas. Nós temos 10% de ar-condicionado só. O pessoal tem que entender que a crise vai passar, você vai ter que trabalhar bastante para vender, se o bolo diminuiu você vai ter que tirar o pedaço do outro, você vai ter que trabalhar para ficar com o seu pedaço”, explicou.

“Não vai ser a primeira crise, não vai ser a última. Todo ano de eleição a gente vive, lógico, não tão polarizado como a gente está vivendo esse ano e o que tenho pedido para a população é unir", completou.

Mulheres no mercado de trabalho

Luiza Trajano disse que a pandemia abriu espaço para que as empresas pudessem focar mais no que o consumidor quer e também no bem-estar dos seus colaboradores, o que permitiu espaço em cargos de lideranças para mulheres.

“A pandemia, nessa tristeza terrível, ela teve algumas frestas que se abriram. Então, a empresa que já vinha com uma tendência de ter uma gestão menos mecânica, antigamente as pessoas não podiam chegar na empresa e falar que está com um problema em casa, isso é uma empresa mecânica. Na década de 90 começou esse movimento devagar, a empresa largar de ser mecânica e ser orgânica. A pandemia e as start-ups são orgânicos. Quem está mais preparado para a empresa orgânica? A mulher”, disse.

Luiza contou que já passou por situações em que era a única mulher em uma reunião com diretores e que a presença feminina faz diferença.

“Para a mulher é muito difícil estar em uma mesa com 10, 12 conselheiros e não ter nenhuma mulher, se ela decide até o carro que ela vai comprar. Nesses anos eu tive muito na mesa que era só eu de mulher, não é porque é a Luiza Helena, é a diferença que faz no jogo da reunião”, contou.

Grupo Mulheres do Brasil

“É impressionante. A gente começou com 40 e a gente era muito clara, nós somos um grupo político, porque o que a gente entende que o que muda um país é a política pública. Você pode ir melhorando, ajudar na fome aqui, ajuda ali, mas o que muda um país é a política pública. E a história mostra que uma sociedade civil organizada conseguiu muita coisa. Eu sempre pensei assim. Mas as coisas vão acontecendo na minha vida, de repente a gente foi convidada em Brasília para falar em empreendedorismo”, disse sobre a criação do grupo em 2013 e que hoje conta com mais de 107 mulheres.

“Naquela época já tinha negros, gente de favela, professores, tinha líderes, porque a sociedade é formada por líderes de todos os segmentos. Ai fomos crescendo e a gente hoje está em todas as capitais, em várias cidades e em todos os continentes. São mulheres brasileiras que moram fora do país e que trabalham no Brasil”, completou

Representatividade

A empresária foi categórica ao dizer que não acredita que em grupos que não possuem representatividade e usou como exemplo o Grupo Mulheres do Brasil, criado em 2013 por 40 mulheres de diferentes segmentos com o intuito de engajar a sociedade civil na conquista de melhorias para o país.

“Não acredito em grupo que não tenha toda representatividade. Naquela época já tinha negros, gente de favela, professores, tinha líderes, porque a sociedade é formada por líderes de todos os segmentos. Aí fomos crescendo e a gente hoje está em todas as capitais, em várias cidades e em todos os continentes”, disse.

“O mercado financeiro é muito esperto, ele percebeu rapidamente que o consumidor queria negros, mulheres. O consumidor na pandemia mudou, principalmente o consumidor brasileiro e ai vem esse tal de ESG, que mudou tudo”, explicou.

Convites de partidos

"Vários partidos me procuraram para ser vice, para ser presidente, menos o ex-presidente Lula. Ele não me convidou até porque tinha uma estratégia que eu achei legal e acho legal. Bom, e eu recebi vários e falava "não vou". Eu tenho uma empresa para gerar, meu nome está muito ligado à empresa", disse.

Luiza também afirmou que nunca pensou na ideia de poder comandar o país.

“Olha, eu nunca pensei em ser convidada para ser presidente. Até outras coisas eu podia ser, mas acho que eu tenho um grupo grande, tenho uma liderança que está sempre em destaque. E mulher está na moda, né? Chegou a nossa vez”, completou.

Quase ministra de Dilma

No primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, Luiza chegou a ser cotada para comandar o Ministério da Micro e Pequena empresa.

“Isso, eu fui chamada no primeiro ano da presidente Dilma porque eu sou uma voluntária da micro e pequena empresa desde 1986, com o Sebrae, inclusive. É ela que forma o emprego do país. Na época ela me chamou por esse motivo. Ela montou o Ministério da Micro e Pequena empresa e me chamou. Mas foi isso, foi uma chamada e teve mais nada”, disse.

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