Brasil tem 4ª maior taxa de desemprego do mundo entre principais economias

Classificação da Austin Rating mostra que a taxa no País, de 13,2%, é mais que o dobro da média mundial, de 6,5%

Vanessa Selicani, do Metro Jornal

A fila de 13,7 milhões de pessoas em busca de emprego no Brasil é uma das maiores do mundo, aponta levantamento realizado pela agência de classificação de risco Austin Rating. Apesar do desemprego também assombrar as grandes potências por conta da crise econômica mundial gerada pela pandemia de Covid-19, ele se mostra um problema mais intenso para os brasileiros.

A taxa no trimestre encerrado em agosto ficou em 13,2% da população apta para a força de trabalho, mostram os dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É mais que o dobro do índice médio mundial de 6,5%, de acordo com o levantamento da Austin.

A agência reuniu os dados de 44 países que divulgaram suas informações sobre desemprego até agosto. O Brasil, com 213 milhões de moradores, aparece com a quarta maior taxa, atrás de países com população bem menor que a nossa. O maior nível de desemprego fica com a Costa Rica, que tem 5 milhões de habitantes e taxa de 15,2%, seguida de Espanha, com 47 milhões e índice 14,6%, e a Grécia, 10 milhões e 13,8%.

Na comparação com os países do G20, as 20 maiores economias do mundo, o Brasil possui o maior índice entre os que já divulgaram suas informações. Outras nações emergentes ficam bem abaixo: na Rússia, a taxa é de 4,4% e na Índia, 8,3%.

O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, explica que pesa para o país as sucessivas crises econômicas e políticas antes da pandemia. Ele cita a crise fiscal de 2014 e o desemprego já atingindo dois dígitos a partir de 2016. 

“Países com problemas políticos e domésticos ainda estão patinando na geração de trabalho. No Brasil, se patina há algum tempo principalmente porque o cenário de expectativa e confiança continua se deteriorando", analisou.

Ele cita também problemas para que o país deixe este cenário por conta da baixa qualificação da população e dos custos tributários para se manter vagas formais. “Quando tem crise, o emprego é a primeira variável afetada e quando está saindo da crise é a última a sair porque custa muito caro. Mas tem outros fatores, como a baixa qualificação. Tudo isso vai afetando o mercado de trabalho brasileiro", finalizou.

Taxa de desemprego em agosto de 2021 em relação à População Economicamente Ativa (em %):

1º Costa Rica 15,2
2º Espanha 14,6
3º Grécia 13,8
4º Brasil 13,2
5º Colômbia 12,7
6º Turquia 12,1
7º Itália 9,3
8º Suécia 8,8
9º Índia 8,3
10º  Chile 8,2
11º  França 8,0
12º Zona do Euro 7,5
13º Finlândia 7,2
14º Lituânia 7,2
15º Canadá 7,1
16º Letônia 7,1
17º Eslováquia 6,5
18º Irlanda 6,5
19º Bélgica 6,4
20º Portugal 6,3
21º Indonésia 6,3
22º Estônia 6,0
23º Áustria 5,9
24º Luxemburgo 5,5
25º Islândia 5,4
26º Estados Unidos 5,2
27º China 5,1
28º Israel 5,0
29º Austrália 4,5
30º Dinamarca 4,5
31º Reino Unido 4,5
32º Rússia 4,4
33º Hungria 4,1
34º México 4,1
35º Noruega 4,0
36º Eslovênia 3,9
37º Alemanha 3,4
38º Polônia 3,4
39º Holanda 3,2
40º Coréia do Sul 2,8
41º Japão 2,8
42º República Tcheca 2,8
43º Suíça 2,7
44º Cingapura 2,6

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