Durante a tradicional live semanal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, na última quinta-feira (1º), que pretende taxar quem ganha acima de R$ 400 mil por mês. A medida, a partir de um eventual segundo mandato, garantiria a continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600, benefício que tende a cair para R$ 405 a partir do ano que vem, segundo projeto orçamentário de 2023.
Os atuais R$ 600 pagos às famílias de baixa renda resultam da soma de R$ 400 permanentes mais R$ 200 emergenciais, decorrentes de manobras do governo com o Congresso Nacional que decretaram estado de emergência no Brasil para possibilitar a criação e ampliação de programas sociais em ano eleitoral.
Na live, o presidente apontou duas formas de obter recursos para manter os R$ 600 do Auxílio Brasil, apesar de não constar no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Segundo Bolsonaro, a primeira diz respeito ao estado de emergência, caso a guerra persista entre Rússia e Ucrânia. A segunda tem a ver com a taxação de lucros e dividendos.
“A outra forma é a taxação de lucros e dividendos para quem ganha acima de R$ 400 mil por mês. O pessoal paga um imposto bem pequeno. O certo seria pagar 27% disso tudo. A gente não quer 27%. A proposta da equipe econômica é 15%. Está abaixo da pessoa física, que paga 27%. Mais ainda, com essa taxação, é possível você corrigir a tabela de Imposto de Renda”, disse Bolsonaro.
21 milhões de famílias
Junto com a proposta orçamentária enviada na última quarta-feira (31) ao Congresso, o governo afirmou que fará esforços para alcançar o auxílio de R$ 600 em 2023, sem, no entanto, indicar quais alternativas para o aumento no documento.
O orçamento do Auxílio Brasil para 2023 contempla 21,64 milhões de famílias. Atualmente, os contemplados somam 20,2 milhões. A expectativa do governo federal é de que R$ 105,7 bilhões sejam gastos com o pagamento do benefício no ano que vem.