Suplente que vai assumir lugar de Gabriel Monteiro recebeu R$ 51 mil da Ceperj

Matheus Floriano confirma o pagamento, mas afirma que estava trabalhando e que não recebeu nada de forma ilegal

Thuany Dossares

Matheus Floriano vai tomar posse na Câmara Municipal do Rio na próxima semana
Reprodução/Redes Sociais

Matheus Floriano é o vereador suplente que vai substituir Gabriel Monteiro (PL) na Câmara Municipal do Rio após ele ter o mandato cassado. Floriano deve tomar posse da sua cadeira no Palácio Pedro Ernesto, na próxima terça-feira (23). 

Declaradamente um político conservador de centro, o filho do ex-deputado Francisco Floriano foi eleito suplente pelo Partido Social Democrático (PSD) nas eleições de 2020 com 7.086 votos. 

Segundo o Ministério Público do Rio, entre fevereiro e julho, Matheus recebeu R$ 51,4 mil da Fundação Ceperj, que está sendo investigada por conta de um possível esquema de pagamentos para cargos fantasmas no Governo do Estado. 

Questionado, Matheus Floriano disse que estava trabalhando na Secretaria Estadual de Trabalho quando foi exonerado, em dezembro do ano passado, para assumir o novo posto no Ceperj, em janeiro. Ele afirma que preencheu diversos dados para provar a competência para o cargo de economista e que efetivamente trabalhava. 

A perda do mandato de Gabriel Monteiro já foi publicada no Diário Oficial da Câmara Municipal, com a justificativa de "conduta incompatível com o decoro parlamentar". Ele era acusado de estupro, assédio moral e sexual, exposição vexatória de crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade, e de filmar o sexo, inclusive com menores de idade.

A cassação de Monteiro foi decidida na quinta-feira (18), durante votação em plenário. Logo após o pleito, o PSOL protocolou, ainda na quinta, uma Notícia de Inelegibilidade contra a candidatura de Monteiro à deputado federal, baseado na Lei da Ficha Limpa. No entendimento dos políticos, a cassação gera inelegibilidade superveniente e, com isso, ele não poderia concorrer às eleições.

A candidatura de Monteiro ao cargo, também pelo PL, é válida porque a perda do mandato se deu depois do prazo para o registro da mesma e, dessa forma, o influencer conseguiu fazê-la dentro da legalidade. 

O, agora ex-vereador, também já era réu em dois processos criminais na época do registro da candidatura, por filmar o sexo com uma adolescente de 15 anos e por assédio sexual e importunação sexual contra a ex-assessora dele, Luiza Caroline Bezerra Batista, de 26. Mas como os processos ainda estão em andamento e não foram julgados, Monteiro seguia com a ficha limpa. 

Agora, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) tem até o dia 12 de setembro para analisar a legalidade das candidaturas registradas. Questões éticas e pedidos de impugnação serão analisados. 

Decisão pela cassação foi quase unânime

Quarenta e oito dos 50 vereadores votaram a favor da perda do mandato do político, que também é influencer e youtuber. Bastavam 34 votos para que isso ocorresse. Apenas o próprio Gabriel e Chagas Bola, do União Brasil, votaram contra. 

Todos os parlamentares participaram do pleito, com exceção só do Carlos Bolsonaro que está de licença não remunerada do cargo para acompanhar a campanha presidencial do pai, Jair Bolsonaro.

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