USP diz que professores terão autonomia para calcular frequência de grevistas

Comunicado vem após anúncio de que alunos seriam reprovados por falta

BandNews FM

Quase todas as unidades da USP já encerraram a greve.
Agência Brasil

A Reitoria da Universidade de São Paulo (USP) divulgou nesta sexta-feira (27) uma nota de esclarecimento sobre o comunicado enviado aos diretores das unidades no início da semana. O documento inicial determinava que as faltas registradas no período de greve não poderiam ser abonadas e que o calendário letivo seria mantido. Na prática, estudantes que não retornassem às aulas de imediato poderiam ser reprovados automaticamente.

Já na nota desta sexta-feira, foi informado que cada docente poderá, em concordância com sua unidade, "consolidar a frequência dos estudantes no semestre", levando em consideração as "situações específicas" de cada caso. Prevaleceu, no entanto, a decisão de prorrogar o ano letivo até o dia 22 de dezembro.

Questionada se a normativa previamente anunciada seria desconsiderada, a assessoria de imprensa da Reitoria afirmou que o comunicado inicial não foi uma "imposição", mas uma "informação para que as unidades pudessem programar suas atividades acadêmicas". Além disso, ressaltou que "as unidades e os professores têm autonomia para gerir as questões de avaliação e frequência decorrentes do período de paralisação".

A nota mais recente vem após protestos de alunos e professores contra a medida. Na tarde de quinta-feira (26), estudantes chegaram a ocupar um prédio da administração central da instituição. A Associação de Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp) também se manifestou contra a diretriz, alegando que ela seria uma retaliação do compromisso assumido pela Reitoria de não punir os estudantes. Além disso, a diretoria da FFLCH enviou um ofício à Reitoria pedindo pela revisão da decisão.

No momento, apenas duas unidades seguem com a paralisação: a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e a EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades). Juntas, elas somam mais de 13 mil estudantes matriculados em cursos da graduação.

O movimento grevista na USP começou no dia 19 de setembro para pedir, entre outras reivindicações, a contratação de professores.

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