O Tribunal Superior Eleitoral retoma nesta terça-feira (27) o julgamento que pode tornar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos.
O ex-presidente está sendo acusado de usar o poder político para atacar o sistema eleitoral e a democracia brasileira. A Corte investiga a possibilidade de isso ter ocorrido durante uma reunião com cerca de 70 embaixadores em julho de 2022, período pré-eleitoral.
A ação foi movida pelo PDT, que afirma que Jair Bolsonaro fez uso indevido dos meios de comunicação e abusou do poder político na ocasião. Segundo o partido, o Palácio da Alvorada e a transmissão na TV Brasil foram utilizados para disseminar teses infundadas sobre as urnas eletrônicas.
Em sua defesa, Bolsonaro afirma que apenas "criticou" os aparelhos.
O julgamento, que teve início no dia 22 de junho, será retomado às 19h desta terça com a leitura do voto do relator, ministro Benedito Gonçalves. O documento possui cerca de 300 páginas. Em seguida, os outros seis ministros irão votar sobre o caso.
O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, reservou três dias para julgar a ação contra o ex-presidente.
Se um deles apresentar um pedido de vista, ou seja, mais tempo para analisar o processo, o julgamento poderá atrasar até 60 dias. O que significa que Bolsonaro será julgado até, no máximo, o fim de agosto.
Se confirmada a inelegibilidade, ele ficará impedido de concorrer a cargos públicos até 2030.
A defesa do político já informou que, nesse caso, entraria com recurso para recorrer da decisão.
Além do ex-presidente, o candidato a vice na chapa de 2022, Walter Braga Netto, também responde ao processo.