SP: Entregadores de comida por aplicativo aplicam golpes em consumidores

Reclamações de golpes por entregadores de app crescem 136% em SP

Central de Ouvintes Ricardo Boechat

A plataforma que liderou o número de golpes envolvendo entregadores foi o iFood.
Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O número de “golpes da maquininha” envolvendo entregadores de comida por aplicativo aumenta em mais de 136% em São Paulo.

Um pedido que era para custar 80 reais acabou causando um prejuízo de mais de 3.500 reais para o casal Patrício e Vanessa.

Na noite da última terça-feira (28), a roteirista comprou uma pizza pelo aplicativo iFood.

Minutos após a confirmação do pedido, o casal recebeu a ligação de um homem que afirmou ser o entregador que levaria a comida para o endereço, mas por um problema mecânico, outro motoboy entregaria a encomenda.

“Esse entregador pegou o contato do iFood para entrar em contato com o cliente”, conta”.

Durante o contato telefônico, o golpista informou que uma taxa de R$ 3,80 seria cobrada no momento da entrega.

No momento em que o Patrício foi digitar a senha na máquina de cartão, o estelionatário cobriu o visor do equipamento com a mão.

“Na verdade, ele colocou R$3.500,00 e nem percebemos. Só vimos no dia seguinte”, lamenta.

Esse tipo de golpe é cada vez mais comum.

De acordo com o Procon-SP, houve um aumento neste ano de 136% no número de ações como a que o Patrício sofreu.

No primeiro semestre de 2020, foram 144 casos registrados saltando para 341.

O entregador pega o telefone do cliente através das plataformas e liga para o cliente.

Geralmente, o golpista engana a vítima ao dizer que teve um problema com a motocicleta e que outro entregador levará o pedido.

O novo motoboy afirma que há uma taxa de entrega a ser paga e que aceita o pagamento apenas via cartão de débito ou crédito.

O estelionatário pede para o cliente digitar a senha e tampa o visor da maquininha.

O cliente só percebe que caiu em um golpe quando verifica o extrato bancário ou recebe uma notificação do cartão.  

Sobre o caso citado nessa reportagem, o diretor de fiscalização do Procon, Carlos Marera, afirma que o órgão abrirá um procedimento administrativo para apurar o ocorrido.

"Esse caso precisa ser investigado pela polícia, mas também precisa responder administrativamente. Vamos acompanhar esse caso”, explicou. 

Em casos como o do ouvinte Patrício se a empresa não justificar o fato, o Procon pode autuar em até 10 milhões de reais.

Após o contato da Central de Ouvintes Ricardo Boechat, o iFood disse que analisou o caso do cliente e fará o reembolso.

A reportagem da BandNews FM procurou as três empresas citadas pela pesquisa do Procon.

A plataforma que liderou o número de golpes envolvendo entregadores foi o iFood, mas até o fechamento dessa reportagem, a empresa não retornou aos questionamentos feitos pela produção.

Já a Rappi, que está em segundo lugar no números de reclamações, disse que para coibir condutas ilegais, as fraudes são mapeadas e analisadas.

A plataforma também afirmou que uma equipe foi estruturada para trabalhar em conjunto com as polícias civil e federal para identificar os locais mais utilizados e o perfil do fraudador.

A Uber Eats informou que pagamentos por cartão de débito e crédito só podem ser feitos pela plataforma.

Disse também que os parceiros que descumprirem os Termos de Uso da plataforma estão sujeitos à desativação.

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