Depois de mais de nove horas de depoimento, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixou a sede da Polícia Federal sem fazer declarações.
Ele chegou por volta das 15h de segunda-feira (11) e só foi liberado na madrugada desta terça-feira (12).
A declaração faz parte do acordo de colaboração premiada de Cid com a Polícia Federal que tenta esclarecer pontos específicos, além dos fatos já declarados pelo ex-comandante do Exército, general Freire Gomes.
O depoimento também será comparado com as informações dadas pelos ex-comandante do Exército e da Aeronática, o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, que afirmou, também para os investigadores, que reuniões foram feitas para tratar de termos de uma minuta para um golpe de Estado.
O processo é referente à participação do ex-presidente, de ex-ministros e de militares em uma suposta tentativa de golpe de Estado para não reconhecer a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
Cid fechou um acordo de delação premiada em setembro do ano passado. Se não colaborasse, poderia perder o benefício e ser novamente preso.
Foi a sétima vez que Cid foi convocado para prestar esclarecimentos, sendo que os depoimentos mais longos foram os realizados em agosto do ano passado.
Quando confirmou o acordo de delação, ele era suspeito de participação na tentativa de trazer joias do ex-chefe do Executivo de forma irregular da Arábia Saudita para o Brasil, tentar vender ilegalmente presentes dados ao governo Bolsonaro em viagens oficiais e participar de uma suposta fraude de carteiras de vacinação do ex-presidente e familiares.
Além disso, ele também é suspeito de envolvimento em uma possível invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Neto, para desacreditar o sistema judiciário brasileiro e de envolvimento um possível golpe de Estado.
O conteúdo do depoimento não foi relevado.