O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe nesta terça-feira (2) o homólogo argentino, Alberto Fernández. Ambos buscam uma saída para o financiamento de exportações para o país vizinho, que tem sofrido com a ausência do dólar no mercado. O Brasil pode oferecer uma linha de crédito com o auxílio do BNDES, mas ainda não existem detalhes da proposta.
A agenda em Brasília está marcada para 17h, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. A viagem ocorre no mesmo dia em que Lula recebe a visita do primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva. O país é membro da comunidade de países de língua portuguesa.
A recepção ao irmão de língua está marcada para o Palácio do Itamaraty, onde haverá um almoço e pode ocorrer uma entrevista com jornalistas. É a primeira visita de Ulisses Correia e Silva ao Brasil.
O encontro com o presidente da Argentina foi agendado em conversa telefônica entre os pares na última quinta-feira (27) e ocorre em meio ao agravamento da crise econômica no país vizinho. Com uma alta dívida pública, o governo argentino não tem conseguido dólares no mercado de câmbio para cumprir com as obrigações com os exportadores.
O Brasil é o principal parceiro comercial dos hermanos, que devem ser contemplados com uma linha de financiamento garantida pelo lado brasileiro. Os argentinos compram produtos industrializados dos Brasil e sem dólares disponíveis há uma dificuldade para as operações.
Logo que Lula teve a vitória nas urnas confirmadas, Fernández foi a São Paulo para um encontro com o petista. A relação de ambos é de longa data. Antes de ocupar a Casa Rosada, o presidente da Argentina visitou Lula na prisão, em Curitiba, e defendeu a libertação do petista.
O país vizinho foi ainda o primeiro destino internacional quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência da República.
No último dia 21 de abril, Alberto Fernández anunciou a desistência de concorrer à reeleição. Com baixas taxas de aprovação, o pleito está marcado para o fim deste ano. Agora há a indefinição sobre o caminho político de Cristina Kirchner, atual vice-presidente e que poderia tentar voltar à Casa Rosada.