O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou nesta terça-feira (18) que está monitorando 12 brasileiros que vivem no Sudão. O país africano vive uma disputa de poderes entre o Exércio e grupos paramilitares desde sábado (15).
Os brasileiros relatam que não conseguem deixar a capital Cartum por causa do aumento da violência nas ruas da cidade.
O Itamaraty diz que mantém contato com outros países para definir "ações coordenadas de assistência a serem eventualmente implementadas a partir do momento em que as condições de segurança permitirem".
O brasileiro Paulo Sérgio de Souza, jogador do time sudanês Al-Merrikh, diz que o governo prestou auxílio aos cidadãos até agora. Segundo o atleta, já há falta de alimentos básicos em zonas mais vulneráveis e o sinal de internet tem ficado cada vez mais instável.
Ele também diz não ter conhecimento de eventuais planos para retirar os brasileiros do país.
O conflito no Sudão já deixou 185 mortos e mais de 1.800 feridos. Pelas ruas da cidade, não é difícil encontrar colunas de fumaça causadas pelos bombardeios, deixando cheiro de pólvora no ar.
"A situação é muito instável. É difícil afirmar para onde pende o equilíbrio", lamentou a chefe da missão das Nações Unidas ao país, Volker Perthes.
A ONU propôs um cessar-fogo para retirada dos feridos e outras ações humanitárias, mas, segundo a agência, a iniciativa foi honrada apenas parcialmente, apesar de ambos os comandantes militares terem concordado com a ideia.