O conflito entre paramilitares e forças do governo que tomou conta de Cartum, capital do Sudão, deixou ao menos 97 mortos e mais de 600 feridos, segundo o Sindicato dos Médicos Sudaneses.
O secretário de Estado dos EUA defendeu nesta segunda-feira (17) que os militares busquem um cessar-fogo e ampliem as medidas de segurança dos civis.
"Há uma profunda preocupação compartilhada sobre os combates e a violência no Sudão e a ameaça que isso representa para os civis e potencialmente para a região", disse Antony Blinken a caminho de uma das reuniões do G7 no Japão.
O combate teve início no último sábado (15) e se espalhou por outras regiões do país africano. O Programa de Alimentos da ONU teve de interromper as ações nas áreas de maior vulnerabilidade por causa dos tiroteios.
As Forças Armadas do Sudão, comandada pelo general Abdel Fatah al Burhan, e as unidades das Forças de Apoio Rápido (FAR), sob o comando do vice-presidente do Conselho Soberano Mohamed Hamdan Dagalo, também conhecido como Hemedti, vem travando uma disputa por poder.
No fim do ano passado, militares e representantes da sociedade civil assinaram um acordo de transição para que o FAR se juntasse ao exército sudanês. A proposta de reestruturação, no entanto, não foi bem aceita pelo grupo rebelde.
Burhan defende que as Forças de Apoio Rápido não operem de forma independente ao governo. Em resposta, Hemedti vem acusando o líder do regime antigo de "provocar uma cisão" entre as FAR e as Forças Armadas.
O Exército sudanês já havia anunciado na última quinta-feira (13) que o país estava enfrentando uma "conjuntura perigosa", abrindo caminho para um conflito armado. De lá pra cá, as FAR intensificaram a movimentação de tropas nos arredores da capital para evitar as tentativas de golpe.