O Ministério das Relações Exteriores negou a ajuda oferecida pelo governo da Argentina para o envio de uma delegação de técnicos especializados em desastres naturais para auxiliar os baianos atingidos pelas chuvas que castigam o estado. A recusa da autorização para a missão humanitária foi informada pelo consulado argentino na Bahia ao governo estadual, conforme nota divulgada na noite desta quarta-feira (29).
O governo brasileiro afirmou que a situação na Bahia “está sendo enfrentada com a mobilização interna de todos os recursos financeiros e de pessoal necessário”, mas destacou que “na hipótese de agravamento da situação, o Governo brasileiro poderá vir a aceitar a oferta argentina de apoio da Comissão dos Capacetes Brancos, cujos trabalhos são amplamente reconhecidos”.
O Itamaraty não comentou imediatamente os pedidos de resposta da Band, mas informou que emitiria uma nota oficial sobre a situação. Nenhum posicionamento foi informado até a publicação dessa repostagem, às 23h.
Pelo Twitter, o governador da Bahia, Rui Costa, anunciou a oferta de ajuda humanitária para as áreas atingidas pelas chuvas. Seriam dez profissionais especializados nas áreas de saneamento, água, logística e apoio às vítimas. Também foi oferecido o envio de comprimidos para tornar a água suja em potável.
O volume de chuvas no sul da Bahia é o maior dos últimos 32 anos, segundo a Defesa Civil. Até esta quarta-feira (29) foram confirmadas as mortes de 24 pessoas, sendo que mais de 400 ficaram feridas. Ao todo, 141 cidades relataram estragos pelas chuvas e 136 municípios declaram emergência. O total de baianos atingidos passa de 600 mil.
Nos últimos dias, ministros estiveram na região o governo federal anunciou o repasse de R$ 200 milhões para a reconstrução de estradas. O valor não será destinados integralmente ao estado da Bahia e será repartido com outras unidades da federação no Nordeste e no Sudeste que também registraram problemas.
O governador da Bahia afirmou que o valor não é suficiente para cobrir as despesas de reconstrução no estão.
O presidente Jair Bolsonaro tem sido criticado por estar em viagem a passeio pelo litoral de Santa Catarina. Na terça-feira (28), o chefe do Executivo disse esperar não ter que voltar antes de 3 de janeiro para Brasília. Bolsonaro não está oficialmente de férias, já que não passou o cargo ao vice-presidente e está, em tese, despachando no período que está hospedado em um Forte da Marinha em São Francisco do Sul.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, minimizou as críticas nesta quarta-feira (29) e disse que o governo federal está cuidando das pessoas através dos ministros e da ajuda empenhada aos atingidos pelas cheias.
Nesta quinta-feira (30), está prevista uma nova visita do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao Sul da Bahia.