O Fundo Monetário Internacional reduziu de 1,2% para 0,9% a projeção de crescimento do Brasil em 2023. A entidade divulgou um novo relatório, nesta terça-feira (11), sobre a estimativa do PIB para este ano.

A revisão para baixo significa também uma desaceleração da economia brasileira em relação ao ano passado, quando o país cresceu 2,9%. Já para 2024, o FMI manteve a expectativa de avanço de 1,5% do PIB.

No ritmo estimado, ao final do primeiro ano do governo Lula, o Brasil estará entre os piores desempenhos entre as nações emergentes e em desenvolvimento em 2023, ficando à frente somente da Rússia e da África do Sul.

As projeções mundiais também foram reduzidas, passando de 2,9% para 2,8%. O Fundo Monetário Internacional classificou o cenário como “duro” e “nebuloso” e citou os impactos causados pela pandemia de Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Segundo o relatório do FMI, a Índia deve ter o maior crescimento em 2023: quase 6%.

A divulgação das previsões da entidade acontece um dia depois do presidente Lula criticar o Fundo. Em discurso durante cerimônia que marcou os 100 primeiros dias do governo, o petista afirmou que “se a sua gestão for se basear no que o mercado e as perspectivas do Fundo indicam para o Brasil, é melhor desistir”.

Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, em declaração encaminhada à ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial que a "confiança no quadro fiscal" abrirá espaço para a redução de juros no Brasil. "Com a crescente confiança no quadro fiscal e um caminho de consolidação fiscal afetando as expectativas de inflação e ancorando-as para mais próximas da meta dentro do horizonte relevante, haverá espaço para acomodação na taxa de juros", afirmou Haddad.