Após o Ministério da Saúde permitir a aplicação da segunda dose da Pfizer em pessoas que tomaram a primeira da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca, a Fundação Oswaldo Cruz recomenda que o esquema vacinal seja completo com as duas doses da vacina produzida na instituição. Em nota publicada nesta quarta-feira (18), a fabricante do imunizante no país ainda garantiu as entregas de vacinas até o fim do ano.
Segundo a Fiocruz, não existem dados sobre a duração da resposta imune com o uso de dois imunizantes diferentes.
O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, afirma ainda que estudos apontam para uma maior persistência na resposta imune com as duas doses da vacina AstraZeneca e para uma proteção eficiente mesmo com intervalos maiores entre as aplicações.
De acordo com o Ministério da Saúde, estudos demonstram a efetividade e segurança da mistura dos imunizantes. A pasta justificou que tem havido uma diminuição na quantidade de vacinas da AstraZeneca entregues ao Programa Nacional de Imunizações.
Mas a Fiocruz disse que não há problemas na disponibilização de imunizantes e que vai manter a regularidade de entregas nos próximos meses.
No município do Rio, a AstraZeneca está restrita para a segunda dose e há estoque suficiente apenas até a próxima semana. A Secretaria de Saúde alerta que, caso haja desabastecimento, vai permitir a intercambialidade com a segunda dose da Pfizer.
Marco Krieger afirma que está prevista a chegada de três novos lotes de Ingrediente Farmacêutico Ativo por mês até novembro.
Em maio, a Fiocruz suspendeu a produção de imunizantes por alguns dias, por falta de insumos. Mas, mesmo assim, a instituição ressalta que há 22 semanas faz entregas ininterruptas.
Até 13 de agosto, foram disponibilizadas 84,5 milhões de doses ao PNI, e, até o final do ano, devem ser entregues cerca de 18 milhões por mês.