O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques deve prestar depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (10). Ele foi preso na manhã desta quarta-feira (9) em Florianópolis. A ordem de prisão partiu do Supremo Tribunal Federal na ação que apura interferências na eleição de 2022. No final da tarde, o ex-diretor foi transferido para Brasília.
A Polícia Federal investiga a participação de agentes da PRF e do então diretor da corporação em ações que dificultaram a locomoção de eleitores no segundo turno da votação do ano passado.
No dia 30 de outubro, a Polícia Rodoviária Federal realizou blitze em diferentes estados, concentradas no Nordeste, que retardaram a chegada de eleitores às urnas ou até impediram o direito ao voto. Na ocasião, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, determinou o fim das operações e ameaçou prender Vasques em caso de desobediência.
A prisão preventiva não tem prazo para terminar.
A Operação Constituição Cidadã cumpriu 10 mandados de busca e apreensão também no Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.
A ação contou com o apoio da Corregedoria Geral da PRF, que determinou a oitava de 47 policiais rodoviários federais.
Ex-superintendentes da PRF, principalmente os ocupantes de cargos no Nordeste, estariam entre os alvos da operação.
Segundo a Polícia Federal, os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro de 2023, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro.
Silvinei Vasques foi indicado ao posto por Jair Bolsonaro (PL) e usou as redes sociais para fazer campanha para o ex-presidente. As ações dele na PRF são investigadas desde o ano passado.