A Vale, a Samarco e a BHP Billiton são condenadas a pagar R$ 47,6 bilhões por danos morais coletivos pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais.

A decisão foi divulgada nessa quinta-feira (25) pela Justiça Federal.

O valor, porém, pode ser ainda maior, já que deve ser corrigido desde a data da tragédia, ocorrida há mais de 8 anos, em novembro de 2015.

Segundo o juiz federal substituto, Vinicius Cobucci, da 4ª Vara Federal Cível e Agrária de Belo Horizonte, e que assinou a determinação, o valor deve ser destinado a um fundo administrado pelo Governo Federal e aplicado exclusivamente nas áreas impactadas pela tragédia. A decisão, porém, ainda cabe recurso.

Em nota, a Vale e a BHP Billiton disseram que ainda não foram notificadas da decisão judicial. No caso da Vale, a companhia ainda afirmou que vai se manifestar oportunamente no processo. Já a Samarco disse que não vai comentar o assunto.

A quinta-feira (25) foi marcada por homenagens às vítimas do desastre ambiental de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Na hora do colapso da estrutura, 12h28, balões foram soltos com sementes de girassol, no letreiro da cidade, em momento marcado por muita emoção de parentes e amigos daqueles que morreram.

Mais de 1800 dias após a tragédia, o Corpo de Bombeiros de Minas segue com as buscas pelas três vítimas que ainda não foram encontradas. 

Pelas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a Vale e afirmou que a empresa nada fez para reparar os atingidos. Ele ainda defendeu que novos projetos de mineração precisam ser fiscalizados para que casos como o de Brumadinho e o de Mariana não se repitam.

Procurada, a mineradora disse que não vai se posicionar sobre a postagem de Lula. Já sobre as ações realizadas, a Vale afirmou que executou, até o momento, 68% dos R$ 37,7 bilhões previstos no Acordo Judicial de Reparação Integral dos danos causados.

Passados cinco anos do crime ambiental, até o momento, ninguém foi responsabilizado.