O presidente Jair Bolsonaro mantém a programação de viagem à Rússia na próxima segunda (14), mesmo com a crescente tensão na região do Leste Europeu e a ameaça de uma guerra caso a Ucrânia seja invadida pelos russos. Especialistas em Relações Internacionais veem com preocupação a ida da delegação brasileira neste momento.

Em conversa com apoiadores nesta sexta-feira (11), Bolsonaro afirmou que o embarque está previsto para segunda-feira e disse que vai discutir a questão do potássio com Vladimir Putin. O elemento é utilizado como fertilizante na agricultura. 

Segundo o presidente, a visita foi um convite de Putin. Ele ainda falou que irá realizar uma live quando chegar a Rússia para, segundo ele,  "explicar os motivos da viagem aos Brasileiros." Os ministros que irão acompanhar o chefe do executivo não foram confirmados ainda. 

A agenda oficial da Presidência da República prevê que Bolsonaro chegue na terça-feira (15) em Moscou e se encontre com Putin na quarta-feira (16), em duas oportunidades. Os presidentes terão um encontro reservado e participam de um almoço de boas-vindas.

A viagem ocorre em um momento de tensão no Leste Europeu, com ameaças da Rússia invadir a Ucrânia. Analistas internacionais veem a visita de Estado como um apoio do Brasil aos russos, que estão pressionados pelas potências do Ocidente.

Na sequência da ida a Moscou, Jair Bolsonaro vai para a Hungria, onde será recebido pelo primeiro-ministro Viktor Orbán. O político húngaro é alinhado com a extrema-direita e a viagem tem caráter mais ideológico para agradar as bases do presidente brasileiro. Orbán é acusado de reduzir as liberdades e atacar minorias na Hungria.