Em relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (10), a Polícia Federal afirma que uma milícia digital estaria utilizando a estrutura do chamado “gabinete do ódio” no governo, grupo formado por aliados do presidente Jair Bolsonaro e que atuaria até mesmo dentro do Palácio do Planalto.
O documento foi elaborado pela delegada Denisse Dias Rosa Ribeiro, que conduz o inquérito, e foi entregue ao ministro do STF Alexandre de Morais.
A investigação foi aberta após o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, pedir o arquivamento da investigação contra associados do presidente.
O pedido foi atendido por Moraes, mas o jurista optou por abrir novo inquérito para estudar as milícias digitais.
Segundo o relatório, o grupo teria como objetivo difundir ataques e desinformação, criando e deturpando dados para obter vantagens, incluindo ganhos políticos, ideológicos e financeiros.
A PF afirma que a atuação ocorre com a escolha de alvos que são selecionados pelos integrantes da equipe.
A delegada afirmou que: “existência de eventos que, embora não caracterizem por si tipos penais específicos, demonstram a preparação e a articulação que antecedem a criação e a repercussão de notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas a respeito de pessoas ou temas de interesse".
Ela também apontou que o grupo atua de forma anônima e tem como objetivo aumentar a polarização da sociedade e incentivar ataques à imprensa.
O Palácio do Planalto ainda não se pronunciou sobre a situação.