Um morador da cidade gaúcha de Restinga Seca, no Rio Grande do Sul, contou à BandNews FM os momentos de tensão que viveu com a sua familia após o temporal que atingiu o estado e deixou ao menos 10 mortos e 21 desaparecidos. O empresário Petrônio Mostardeiro foi retirado de sua casa pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul ao lado de sua esposa e seu filho.
"Esses dias estão com bastante chuva, 300 milímetros já choveu aqui no nosso município. Fomos avisados pela Defesa Civil que a Sanga da Restinga estava transbordando e eu moro a 200 metros dessa sanga. Tivemos que sair da nossa residência. Lá no ginásio tem em torno de 50 pessoas que já saíram das suas residências", disse Petrônio, que contou como foi o momento de deixar a sua residência.
"Meu pai mora aqui há 60 anos e nunca teve nem perto dessa altura, desse nível. Eu já estava monitorando, até porque o meu meu pai mora mais próximo da sanga, e eu já tinha ido nessa madrugada duas vezes lá para verificar o nível quando eu percebi que tinha que retirar eles. Fomos lá, retiramos ele primeiro e depois nós saímos aqui de casa. Eles (Defesa Civil) nos avisaram que tinha que evacuar toda a quadra, toda a parte parte baixa da cidade. É preocupante porque a gente teve que erguer os nossos móveis e não sabíamos como seria o retorno", disse.
Petrônio contou que os moradores de Restinga Seca estão ilhados tanto para o norte quanto para o sul devido às quedas de pontes levadas pela força das águas. "Está embaixo d'água a nossa cidade e está sem passagem para os outros municípios, Quarta Colônia, Santa Maria, porque caíram as cabeceiras das pontes tanto lá em Santa Maria quanto aqui na própria cidade. Estamos isolados. Formigueiro e São Sepé também estão intransitáveis. É muita chuva e a previsão é de mais chuva ainda. Está bem caótico aqui o nosso viver aqui no Rio Grande do Sul".
O morador também falou sobre os prejuízos que a cidade enfrentará após voltar à normalidade, contabilizando perdas na agricultura. "Muita parte da produção agrícola do arroz, principalmente, não foi colhida. Vai ser uma perda grande na parte da economia. A soja também tem bastante produtores que não colheram. Vai ser preocupante para o futuro, mas o município já passou por várias crises e sempre nos recuperamos. Eu acredito que o trabalho da própria comunidade, apoiando e ajudando o pessoal, fazendo as campanhas, nós vamos conseguir se levantar".
