O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender a atual taxa de juros do Brasil nesta quarta-feira (19) durante uma reunião com investidores em Londres, na Inglaterra. Campos Neto afirmou que a queda da inflação está mais lenta do que o esperado.
Na reunião, ele argumentou que a inflação brasileira não está distante de países como México e Chile e que não é possível compará-la com a de nações desenvolvidas, já que as dinâmicas de política monetária são diferentes.
O presidente do BC ainda disse ser necessário analisar mais dados e acompanhar a dinâmica inflacionária. E lembrou que existem incertezas sobre alguns preços importantes, como o do petróleo, dando indicações sobre o futuro da taxa Selic, hoje em 13,75%.
Campos Neto projetou que a inflação anual do Brasil cederá para 3,5% em junho, mas voltará a subir no 2º semestre. A previsão é menor que a taxa estimada no Relatório Trimestral de Inflação, de 3,8%. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registra uma alta de 4,65% no acumulado de 12 meses até março, depois de ficar mais de 2 anos acima de 5%.
Já sobre o novo arcabouço fiscal, Roberto Campos Neto indicou que as regras fiscais estão caminhando na direção correta. E repetiu algo que vem dizendo nos últimos dias: “não há relação mecânica entre fiscal, meta e política monetária”.