A Polícia Federal ainda vai decidir se pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro depois que ele foi ouvido, nesta quarta-feira (5), pelos investigadores no inquérito do caso das joias que seriam um presente do governo da Arábia Saudita.
Bolsonaro prestou um depoimento de mais de três horas para a corporação, em que explicou os motivos dos três conjuntos de joias não terem sido declaradas para a Receita Federal. Dois deles foram levados para o acervo pessoal de Bolsonaro, e o que restou, avaliado em R$ 16 milhões e que seria um presente para a então primeira dama Michele Bolsonaro, ficou retido na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Ao todo, nove pessoas foram ouvidas pela Polícia Federal, inclusive o ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, o Tenente-Coronel Mauro Cid Barbosa, que tentou a liberação das joias na Receita Federal.
Bolsonaro é investigado por peculato, quando um funcionário público se apropria de dinheiro ou bens dos quais tem posse em razão do cargo, com pena que varia de 2 a 12 anos de prisão, além de multa.
Mesmo sendo adversário político de Bolsonaro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, afirmou que a investigação do caso não é política.
O advogado Camilo Caldas lembra que o próximo passo no processo é o encaminhamento do processo para a análise do Ministério Público.
Após uma decisão do Tribunal de Contas da União, a defesa de Bolsonaro devolveu os itens que estavam sob o poder do ex-presidente para uma agência da Caixa Econômica Federal.