A Polícia Rodoviária Federal monitora quase 170 pontos de bloqueios ilegais na manhã desta quarta-feira (2) e informa que desfez 563 interdições desde o último domingo (30). Apesar da redução, os atos antidemocráticos ainda geram transtornos e provocam desabastecimento em algumas regiões do país.
A Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante, por exemplo, alerta para riscos ao tratamento de pacientes em diálise. Podem faltar insumos e medicamentos em algumas clínicas, de acordo com a associação.
Já a Associação Brasileira de Empresas Aéreas diz que as manifestações geram risco de desabastecimento de querosene em aeroportos ao longo do feriado deste Dia de Finados.
Outro impacto neste setor se dá pela dificuldade na chegada de profissionais, tripulantes e passageiros aos terminais, o que afeta, por exemplo, o transporte gratuito de órgãos para transplantes e o envio de cargas.
Supermercados de pelo menos sete estados e no Distrito Federal já enfrentam problemas com abastecimento, segundo a Associação Brasileira de Supermercados.
Em média, mais de 70% dos estabelecimentos localizados nos estados de Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal foram afetados de alguma forma.
Os protestos nas rodovias começaram ainda no domingo (30), horas após a divulgação do resultado da eleição presidencial que deu a vitória para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os pequenos grupos nas estradas impedem a circulação pelas rodovias, embora decisão do Supremo Tribunal Federal da última segunda-feira (31) tenha considerado os atos ilegais e mandou a Polícia Rodoviária Federal desfazer as interdições.