Os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica apontam que o país retrocedeu em diversos setores no sistema de aprendizagem.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep, divulgou os detalhes em relação às provas realizadas no ano passado nesta sexta-feira (16).
O balanço é importante para analisar o contexto do Brasil após a pandemia de Covid-19.
Um dos detalhes que chamaram atenção foi que quase 4 em cada dez estudantes chegaram ao quinto ano do ensino fundamental sem saber identificar figuras básicas da matemática, como nomear um triângulo.
Em 2019, o índice era de 30,3% e hoje está em 38,9%.
No 2º ano do ensino fundamental, três em cada dez crianças não sabem ler ou escrever até palavras simples, o dobro de dois anos atrás.
Nessa mesma idade, 22% dos alunos não sabem somar ou subtrair.
O jornalista, educador e diretor da aliança internacional da Unesco em Educação, Alexandre Sayad, explica que o cenário é preocupante, mas alerta que é difícil fazer comparações mais profundas por causa do coronavírus.
No entanto, o também apresentador do programa ABC da Notícia, aqui da BandNews FM, disse que é possível afirmar que a educação está em retrocesso.
A aprovação automática também é um aspecto que é questionado pelo especialista.
A orientação seguida por redes de ensino de não reprovarem alunos durante o fechamento de escolas na pandemia causou uma distorção no principal termômetro da educação brasileira.
A taxa de aprovação nos anos finais do ensino fundamental em 2021 ficou em 95,2%, ante uma taxa de 88,6% em 2019, antes da pandemia.
Lembrando que o Sistema de Avaliação da Educação Básica é uma prova de português e de matemática feita a cada dois anos por alunos do 2º, 5º e 9º ano do ensino fundamental e por estudantes do 3º do ensino médio.
No caso do 9º ano, para uma amostra específica, houve também questões de ciências da natureza e ciências humanas.
A próxima avaliação será realizada no ano que vem e vai ser divulgada em 2024.