O ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro Anderson Torres tem um novo depoimento marcado à Polícia Federal na tarde desta segunda-feira (08). A expectativa é de que ele esclareça o papel que teve na atuação da Polícia Rodoviária Federal no dia do segundo turno das eleições de 2022.
Na época, foram feitas operações em estados do Norte e do Nordeste que atrasaram a chegada de alguns eleitores nos locais de votação. Os locais eram mais favoráveis ao então candidato do PT.
Anderson Torres era subordinado ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) e a PRF respondia à pasta que ele comandava.
De acordo com um relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria-Geral da União, a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste no período de 28 a 30 de outubro de 2022.
Como declarante, Anderson Torres tem o direito de ficar calado, se for orientado pela defesa.
Essa é a segunda tentativa de ouvir Torres sobre o caso, já que na primeira data marcada a defesa do ex-ministro pediu o adiamento com a apresentação de laudo psiquiátrico para comprovar que ele não teria condições de comparecer.
Os advogados do investigado apresentaram também um pedido de habeas corpus com base no quadro clínico, mas a ação foi negada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso.
A Polícia Federal apura também o suposto envolvimento de Torres nos atos criminosos do dia 8 de janeiros, quando ele era Secretário de Segurança do DF.